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Em vídeo, delator diz que foi coagido para incriminar prefeito

Carlos Henrique Pereira do Lago, 27 anos, o homem que teria encomendado a morte do ex-presidente da Câmara de Vereadores de Acrelândia, Fernando da Costa, o Pinté, a mando de um grupo político adversário, e cujo depoimento constituiu prova para a decretação de uma série de prisões nos últimos dias, disse que foi coagido pelo delegado de Polícia Civil, Alcino Júnior, para incriminar o prefeito Carlos Augusto de Araújo. A suposta coação, seguida de ameaça, é narrada por ele numa gravação de audio e video de cinco minutos, que fez chegar ontem às mãos do advogado criminalista Sanderson Moura.
Sanderson
Graças a delação premiada Carlos Henrique foi inserido no Programa de Proteção as Testemunhas e se encontra em local incerto e não sabido. De acordo com Sanderson, a gravação foi feita por uma irmã do delator, por ele ter se arrependido de ter ajudado a colocar pessoas inocentes na cadeia. “Eu peço desculpa as pessoas que eu acusei, eu só fiz isso porque não aguentava mais ficar na cadeia, eu queria sair de lá”, diz num dos trechos da fita.

Para o advogado Sanderson Moura a prova está desmoralizada e não pode servir de base para a investigação. Além de pedir a imediata revogação das prisões preventivas dos acusados, ele promete comunicar o fato a Corregedoria da Polícia Civil, para eventual responsabilização do delegado apontado como coator. Na fita, o delator deixa claro que prestou depoimento mediante ameaça e que temia pelo que pudesse acontecer a sua mulher, que está grávida, e aos seus três filhos.

Com base na gravação,  Sanderson vai requisitar a desconstituição da prova e a consequente libertação do prefeito e dos demais acusados que estão presos preventivamente. Por telefone, o delegado informou que o depoimento de Carlos Henrique foi prestado dentro da legalidade e que foi acompanhado pelo procurador de Justiça, Alvaro Pereira, por outros delegados de polícia e pelo advogado de defesa do próprio Carlos Henrique.

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