Em mais um ano consecutivo a edição do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) teve problemas. As provas foram feitas no último sábado (6) e domingo (7), constando falhas por todo país na folha de resposta, na prova amarela e em alguns números de inscrições do cartão de resposta (Belém). Parte das provas amarelas (o Enem é feito com mais de 1 prova para evitar colas) teve erros de montagem, enquanto as folhas de respostas da prova estavam com cabeçalhos invertidos nas matérias de Ciências Humanas e Ciências da Natureza.
Tais entraves vêm para prejudicar mais uma vez a imagem do Enem perante instituições de Ensino, já que o objetivo maior do exame é servir como ‘vestibular unificado’ para o ingresso em universidades públicas. Neste ano, foram mais de 4,61 milhões de inscritos (15.454 acreanos), equivalente a 80% dos estudantes formandos no Ensino Médio. Mais de 50 faculdades já aderiram a prova. A Ufac ainda não faz parte deste grupo!
Na tarde de ontem (8), a juíza da 7ª Vara Federal da Justiça do Ceará, Karla de Almeida Miranda Maia, aceitou a liminar do MPF daquele Estado com o pedido de suspensão do Enem. A decisão vale para todo território nacional, mas cabe recurso. Isto é, o exame não é cancelado, só fica ‘interrompido’ até que o entrave judicial seja resolvido. O MEC e Inep emitiram nota pregando que sua ala jurídica prestará esclarecimentos à Justiça, e que tentará reverter a decisão a qualquer custo. Caso a juíza não mude a decisão, o ministério recorrerá a todas as intâncias superiores.
As falhas até que foram alertadas na hora. Mesmo assim, geraram muita confusão entre os candidatos. Por isso, muitos pedem a anulação do Enem, a exemplo do que houve em 2009, quando parte das provas ‘vazaram’ por conta de um furto na empresa licitada para imprimi-lo. De um lado, a Ordem dos Advogados do Brasil, através de seu presidente Ophir Cavalcante, havia alertado das chances da suspensão. Para tanto, a OAB orientou aos alunos que se sentissem lesados a buscar o MPF e, juntos, entrarem com a ação coletiva.
Do outro, o Ministério da Educação, por meio do presidente do Inep, Joaquim Soares Neto, descartou hipótese de que o Enem seja cancelado, de vez, por conta dos problemas (vistos por ele como ‘pequenos’). Segundo Teixeira, o exame foi realizado com sucesso, já que as falhas representam apenas 1% das provas amarelas e todos os erros na folha de reposta foram alertados pelos aplicadores. Ainda assim, o MEC abrirá um site exclusivo para tirar estas e todas as demais dúvidas sobre casos específicos dos alunos.
A página na internet estava acertada para funcionar a partir de amanhã (quarta, 10) até a terça da próxima semana (16). Nele, seria possível acertar cada situação individual. Em último caso, o MEC realizaria outra prova apenas aos candidatos que tiveram provas amarelas com os erros. Segundo o Inep, o gabarito oficial do Enem seria divulgado hoje (9), às 18h. Com a liminar judicial, tais planos podem ser barrados.
Além dos equívocos gerais já mencionados, casos específicos apareceram por todo país, desde falhas de segurança (uso de celular) e de logística (provas com questões trocadas, faltando ou duplicadas, etc) até tentativas de fraudes e desacertos de saúde (pessoas que contraíram doenças contagiosas recentemente e não puderam avisar no prazo adequado, 2 meses, porque estavam sadias à época).