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Falta de máquina compromete produção de assentados da AC-40

O inverno chegou e mais de mil produtores dos Projetos de assentamento Triunfo e Peixoto, localizados na rodovia AC-40, município de Plácido de Castro, ainda não deram início à semeadura para a próxima safra. Os plantios de mandioca e feijão já estão comprometidos e o mesmo deve acontecer em relação ao milho e ao arroz, caso as sementes não sejam lançadas até o final de novembro.
Produtores
A situação é desesperadora. Por isso, representantes de quatro associações de produtores rurais da região buscarem explicações da Secretaria Estadual de Agricultura, responsável pelo envio das máquinas para o preparo da terra e por tomar outras providências, como a abertura de açudes.

O grupo chegou à Capital ontem (17) pela manhã e seguiu direito para a sede do órgão, onde uma audiência havia previamente sido solicitada pelo presidente da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), no Acre, José Chaves. O sindicalista está acompanhando o problema de perto e busca uma solução conjunta com os órgãos governamentais.

“No ‘verão’ eles não podem queimar, pois correm o risco de serem multados. No ‘inverno’ é a chuva, sem a ajuda das máquinas do governo eles não têm como preparar a terra para plantar”, observa Chaves.

Os projetos de assentamento Triunfo e Peixoto e o Triunfo estão localizados nos quilômetros 39 e 40 da rodovia AC-40, única via de acesso com os municípios de Plácido de Castro e Rio Branco. Os lotes, porém, estão situados em ramais de barro, que precisam de constante manutenção, sob o risco de isolamento. Na ausência de maquinário próprio, os produtores dependem das máquinas do governo.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores Rurais de Plácido de Castro, Raimundo Nonato Gadelha, o acordo era o de que as máquinas fossem enviadas em agosto, no auge do ‘verão’, mas isto não aconteceu. A única máquina enviada ao local quebrou depois de 2 dias de trabalho. Ele ainda tem esperança que o plantio de milho seja salvo.

O crédito para o plantio é garantido através de financiamento do Banco do Brasil. Muitos produtores já receberam os recursos, mas estão impossibilitados de plantar e não sabem como vão pagar o dinheiro sem lavoura. A carência é de dois anos, mas isso não isenta os produtores de juros.

Secretário recebe produtores
O grupo de produtores e o presidente da CTB foram recebidos pelo secretário estadual de Agricultura, Mauro Ribeiro. Ele fez questão de ouvir as queixas do grupo antes de se pronunciar. O responsável pela máquina enviada à região também participou da conversa e reclamou da falta de iniciativa dos produtores para a realização dos serviços solicitados, o que foi confirmado pelo secretário.

O secretário também rebateu a denúncia dos produtores de que a máquina tinha atendido apenas os grandes produtores. Segundo Mauro Ribeiro, os lotes variam entre 80 e 100 hectares, com área cultivada de 2,5 hectares em média, o que afasta a hipótese de grandes produtores na região.

Ele reconheceu o potencial produtivo dos projetos de Assentamento e se comprometeu em discutir o assunto diretamente com o secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Nilton Cosson.

Mauro, que integra a equipe de transição, garantiu também que vai apresentar relatório sobre a situação a nova equipe de governo para que os encaminhados sejam respeitados.

O secretário se dispôs ainda a participar de uma nova reunião com os produtores no Projeto de Assentamento Triunfo.

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