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Famílias mantêm a tradição de lembrar mortos no Dia dos Finados

Todo ano segue-se o mesmo ritual nos cemitérios de Rio Branco. Acender velas, limpar os túmulos e colocar flores. É dessa forma que parte das famílias acreanas passam o 2 de novembro, Dia dos Finados. Ontem nos cemitérios a movimentação já era grande. Tudo para deixá-los prontos para hoje.
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Além dos familiares, equipes da Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) faziam a última limpeza do maior cemitério público da Capital, o São João Batista.  É nesta época, ainda, que outras pessoas aproveitam para ganhar um dinheiro a mais. Lá dentro oferecem os mais variados serviços, como limpeza, pintura e aparar a vegetação que cresce em torno dos jazigos.

Bastante lotado, o São João Batista não comporta abrir nenhuma nova sepultura. Para caminhar, é preciso muita desenvoltura por entre os túmulos. Entre tantos, muitos chamam a atenção. Mesmo depois de mortos, os parentes fazem questão de oferecer um descanso ‘digno’.

O jazigo mais exótico é o da menina Juliana Gabriele Soares, morta por um câncer. Seus pais construíram uma casa rosa para abrigar o caixão. Gradeado, o túmulo tem cadeiras onde todo Dia dos Finados os familiares ali ficam. Dentro da casinha estão os brinquedos de Juliana. O que mais chama atenção é o sistema de ventilação.

Já outras sepulturas não têm uma única pedra de mármore. Só se sabe que naquele espaço há um morto por causa da cruz, sem nenhuma descrição. É no São João Batista ainda que estão enterrados os membros das famílias mais tradicionais do Acre, como os Fontenellis, Aragão e Pinto, em especial do governador assassinado em 1992, Edmundo Pinto.

Do lado de fora do cemitério, poucas barracas dividem a calçada. A maior delas vende flores artificiais. A redução do número de ambulantes foi uma medida adotada pela prefeitura. As estreitas calçadas ficavam abarrotadas de barracas, o que impedia a passagem dos pedestres e os obrigava a dividir espaço com os carros na rua.

 

 

 

 

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