Há pelo menos 2 meses com os salários atrasados, os trabalhadores da Usina Ál-cool Verde decidiram cruzar os braços e protestar na tarde de ontem, em frente à sede da empresa, localizada a pouco mais de 60 Km da Capital. Dispostos a entrar no interior do complexo, eles foram impedidos pela Polícia Militar. A grande maioria da força de trabalho da usina está centrada no município de Capixaba. Cerca de 150 funcionários participaram do movimento.
Liderada pelo Grupo Farias, um dos maiores do setor sucro-alcooleiro do país, a Álcool Verde foi inaugurada há pouco mais de 2 meses, pelo governador Binho Marques e diretores da empresa. O atraso no pagamento dos funcionários coincide justamente desde que a usina passou a produzir os primeiros litros de álcool em solo acreano.
O Governo do Estado é um dos sócios do empreendimento. O Palácio Rio Branco tenta despontar a Álcool Verde como exemplo de produção de etanol com práticas sustentáveis dentro da Amazônia. Iniciada ainda no governo Jorge Viana, a empresa ficou parada por conta dos travamentos das licenças ambientais, tanto pelo órgão estadual como federal.
A reportagem tentou entrar em contato com a direção da empresa no Estado, mas no site do grupo não há telefones disponíveis para assessoria de imprensa. Segundo informações do governo, a Álcool Verde gera nessa primeira fase de produção ao menos 400 empregos diretos.
Ao todo, os investimentos privados na empresa chegam a R$ 30 milhões. O plantio de cana-de-açúcar no Acre se espalha em por quase 2.000 hectares, espalhados por nove propriedades, o que corresponde a 0,18% do território acreano. O Grupo Farias estima uma produção de 40 milhões de litros de álcool a partir da atual safra.