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Índios acampam na Funasa e pedem melhorias na assistência à saúde

Cerca de 50 índios estão acampados desde  a última quarta (3) na sede da Fundação Nacional de Saúde em Rio Branco. Eles reivindicam melhores condições nas políticas de assistência à saúde indígena. Dormindo em colchões e barracas, eles afirmam que só deixam o local após ter a garantia de que os percalços atuais da área forem resolvidos. 
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Segundo Ninawa Huni kui, o atendimento prestado hoje pelas prefeituras e a Funasa está aquém do desejado. O problema mais grave está na Casa do Índio, local que hospeda os indígenas que vêm à Capital para tratamento nos hospitais espe-cializados. Como mostrou A GAZETA semana passada, a estrutura no abrigo é precária.

Por mais de duas semanas eles tiveram que conviver com esgoto entupido e que exalava forte odor. O entupimento se localizava bem ao lado do refeitório. A casa também não conta com camas e colchões suficientes. A alimentação é outro entrave. Sem acompanhamento de nutricionista, as refeições são preparadas sem levar em conta a necessidade de cada paciente.

“Queremos saber o motivo de a situação estar assim, pois dinheiro não é o que falta”, diz Huni kui. Os líderes indígenas solicitaram ao Ministério da Saúde o quanto a pasta repassa para cada uma das 22 prefeituras acreanas, especificamente para a saúde indígena. Por ano, todas as prefeituras chegam a R$ 15 milhões.

De acordo com os índios, a precariedade na assistência vai desde a saída das aldeias até chegar a Rio Branco. “Em Tarauacá, temos 22 parentes que precisam vir a Rio Branco, mas não conseguem passagem”, diz o líder Francisco Siqueira, da etnia Apolina-arara. Na tarde de ontem, as lideranças entregaram documento ao Ministério Público Federal, responsável pela defesa dos direitos dos índios no país.

 

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