Desde o fim da semana passada, o céu da capital acreana está decorado por uma revoada de borboletas. Populares admiram e contestam a razão do fenômeno no céu acreano. A resposta é que essa grande quantidade de borboletas está em migração.
A borboleta quando completa sua metamorfose, tende a voar para longe, tendo em vista que seu ciclo de vida é curto. Pesquisas com o monitoramento do vôo das borboletas definiram classificação em dois tipos: O vôo rápido, em linha reta, no qual a borboleta se desloca em velocidade nas rotas migratórias e o vôo lento, em voltas e círculos, com o propósito de encontrar alimentos, locais para depósito dos ovos e futura hibernação.
Conclui-se que o que está acontecendo aqui é uma migração de borboletas. No Acre, costuma-se ver os paná-paná (coletivo de borboletas) em beira de rios. Todavia, ainda assim o fenômeno é tido como incomum pela população. “Eu nunca tinha visto tantas borboletas no céu antes”, afirma o comerciante, Inácio Neres. “Nada mais lindo do que poder ver que o céu está cheio de borboletas voando para o mesmo rumo”, comenta a empresária, Fernanda Flores.
O técnico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Jesus Rodrigues, explica que em locais que tem as quatro estações bem definidas é mais nítida a migração delas no fim do outono. Mas no Acre, em que cada temporada não é tão clara, a migração está acontecendo nessa época, porque nesse ano está havendo um longo período com altas temperaturas.
As mudanças climáticas provocam alterações no habitat e elas migram para locais que tenha clima mais ameno. A bióloga, Mavi Souza, conta que essa não é a primeira vez que ocorre esse fenômeno, aconteceu também em 2005, que foi um ano de grande seca.
As mudanças globais já são nítidas até em um bioma como a Amazônia e um fenômeno que é tão bonito, é também um alerta. (Miriane Teles)