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Poeta acreano recebe menção honrosa de concurso italiano

Amante da poesia desde a tenra idade, o acreano Raimundo Nonato da Silva dedica seus versos a romantizar a vida do amazônida. Já com várias obras publicadas aqui, Nonato vez por outra costuma participar de concursos de poesia Brasil e mundo afora. Após várias tentativas sem obter muito êxito, ele teve uma grata surpresa ao abrir sua caixa de correio no mês passado.

Lá estava uma carta remetida do outro lado do Atlântico; Sicília, uma das mais belas e encantadoras cidades da Itália. Tratava-se de menção honrosa expedida pela Associazione Nova Sociale, que todos os anos realiza o concurso internacional Nocera Poesia. Para o poeta, o título em uma disputa como essa tem o mesmo sabor da vitória.

Afinal, poucos foram os poetas da língua portuguesa que receberam tal mérito. Além do português, o concurso recebe poesias em espanhol e do próprio italiano: todas línguas descendentes do latim. Nonato participou com a obra “Menino da Floresta”, que retrata um pouco da vida da criança que nasce e cresce no meio da floresta.

“O poema tenta mostrar o paradoxo do menino que, apesar de viver na floresta mais rica do planeta, leva uma vida de miséria”, resume ele. Um dos motivos que o levou a disputar o prêmio italiano é o próprio apelo que hoje a Amazônia ganha em todo o mundo por conta das questões ambientais.

Com o espírito do ambientalismo invadindo a Europa, Nonato diz acreditar que esse foi um dos fatores que fez seu trabalho ficar bem posicionado, e, assim, receber a menção honrosa. Ele decidiu participar do Nocera Poesia pelo incentivo de seu ex-padre da paróquia que freqüentava quando criança.

Italiano, o religioso não resistiu às tentações da mulher amazônida. Largou o celibato e hoje vive com uma acreana em seu país natal. Foi com a ajuda dele que traduziu “Menino da Floresta” para a língua italiana. O trabalho precisa ser entregue no idioma do país que sedia o prêmio e na original.

Nonato nem mais se lembrava do concurso. Esperança de uma classificação, então, nem passava pela cabeça. Ele assim pensava por não ter pago os 10 euros da taxa cobrada pela organização. Como em nenhuma agência bancária da Capital encontrou a moeda do bloco europeu para fazer o pagamento, enviou a poesia para depois remeter o dinheiro.

Acabou por desistir de ir atrás dos 10 euros e deixar de lado toda expectativa em torno da disputa. A grata surpresa chegou agora. Orgulhoso, ele mostra aos amigos e parente a ilustre carta de condecoração que atravessou o oceano, e chegou ao ponto mais ocidental do Brasil.

 

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