Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Ponte do Caipora põe em risco vida de moradores

Os pequenos produtores do Projeto de Assentamento (PA) General Moreno Maia estão reclamando da demora na reforma da única ponte de acesso ao local. Tal plataforma se situa na entrada do projeto, sobre o Rio Caipora. O PA Moreno Maia possui uma área de 18.300 hectares e fica localizado no Ramal do Riozinho, Km 7 da Estrada Transacreana (ou 7 Km adentro do Ramal Benfica, na outra margem do rio). Os moradores se queixam que a ponte estaria quebrada desde agosto, deixando-os ‘isolados’ da Capital.
Ramal2511
Ao todo, o grupo que fez a reclamação estima que 587 famílias (2,2 mil pessoas) do PA e de áreas adjacentes estariam sendo prejudicadas sem a plataforma. Segundo Sebastião Pereira, presidente de uma associação de moradores da área, a Unidos do Paraíso, a ponte danificada foi erguida há muito tempo (quase 10 anos), feita de madeira. Ele conta que a construção servia para  passagem de todo os veículos de transporte e abastecimento do local, desde carros e motos até caminhões e os famosos ‘toyoteiros’.

Com a quebra da ponte, Sebastião afirma que a produção no PA (arroz, banana, farinha, mandioca, hortaliças e até pequenos rebanhos de gado) fica comprometida, já que todos dependem da construção para receber insumos. De acordo com presidente da Unidos no Paraíso, a entidade já tinha apontado sinais de desgaste na madeira há meses. Inclusive, eles teriam até alertado o Departamento de Estradas e Rodagem do Acre (Deracre) que a plataforma poderia ceder. Porém, ele acusa o departamento de não revitalizá-la na época.

“Todo mundo falou que isso ia acontecer. Que era preciso ajeitar a ponte, mas não fizeram nada! Agora, nós é que pagamos o prejuízo. Desde agosto é que a ponte quebrou e não passa quase nada nela. Prometeram reforma no dia 15 de outubro, mas até hoje não ajeitaram. O que tentaram fazer lá, com um desvio de terra, foi levado logo pela subida da água do rio (correnteza). Assim não dá para produzir”, desbafa.

Outra reclamação dos moradores é direcionada ao programa Luz Para Todos. Conforme Sebastião, há cerca de 10 dias que não há energia nas casas de lá. Ele reclama que este problema é de longa data e está se tornando cada vez mais constante. Segundo o agricultor, os moradores já reivindicaram diversas vezes na coordenação do programa, mas sempre recebem a mesma desculpa. “Prometem que vão mandar a equipe de plantão. Só que ela nunca chega. E quando vem não consegue resolver nada”, detalha.

Ramal25112
Deracre garante que ponte deve ser reformada em 20 dias
Diante das reclamações prestadas pelo presidente da Unidos no Paraíso, o engenheiro Francisco Ary Silveira Jr., do setor de Estradas de Sinais e Ramais do Deracre, garantiu que a ponte deve ser reformada em breve, provavelmente no prazo de 15 a 20 dias. Segundo ele, as obras estão em plena execução e só não foi possível finalizá-las ainda porque a empresa responsável por fazê-la não conseguiu juntar toda a madeira suficiente para reerguer a ponte no local.

Segundo Francisco Ary, a demora que os moradores tanto reclamam se dá por causa da insuficiência na produção madeireira do PA. Para agilizar este processo, a construtora já teria, inclusive, buscado comprar madeira em locais vizinhos para complementar a que é extraída no Moreno Maia. “Tendo madeira lá, não há dificuldade. É só cravá-la na terra e começar a reconstruir a ponte. Uma obra que leva entre 10 a 15 dias. Por isso, a firma encarregada está na fase final da sua busca por essa matéria-prima e tão logo conseguir o necessário será reerguida uma nova ponte sobre o Rio Caipora”, informou. 

   
O engenheiro também esclareceu que a quebra da ponte é decorrente de  ação humana, e não do tempo. Durante as queimadas, ele conta que alguém teria ateado fogo nas áreas adjacentes da ponte. O incêndio saiu de controle e chegou até a estrutura de madeira. Como medida preventiva, o Deracre interditou a passagem de veículos pesados. Mas, Ary afirma que os produtores ignoraram o bloqueio, o que agravou a situação.

A respeito das acusações de obras ‘mal feitas’, o engenheiro explicou que o desvio de terra não era para a passagem dos carros do PA e tampouco se tratava de uma solução imediata ao problema. Segundo ele, o desvio foi feito provisoriamente para que entrasse um trator da empresa e recolhesse a madeira de dentro do PA.

 

Sair da versão mobile