Rebeliões simultâneas em vários presídios do país estariam sendo programadas por ordem de facções criminosas do Rio de Janeiro. A informação é extra-oficial, mas já teria colocado em alerta à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e os órgãos de defesa nacional. A unidade penitenciária Dr. Francisco de Oliveira Conde, a maior em população carcerária no Estado, estaria incluída no plano.
Apesar de existir legislação em vigor proibindo o uso de celulares nos presídios, a comunicação entre os líderes criminosos estaria ocorrendo por intermédio desse tipo de aparelho. A ação programada seria uma resposta dos bandidos à presença das forças armadas do Complexo do Alemão.
A presença da polícia no agrupamento de favelas na zona norte do Rio de Janeiro já dura vários dias. As principais entradas da região estão sendo vigiadas por homens armados, em ação conjunta das policiais Civil, Militar e Polícia Federal, conforme vem noticiando a mídia nacional.
Para desarticular o movimento na capital carioca, os traficantes Márcio dos Santos Nepomuceno, o ‘Marcinho VP’, e Elias Pereira da Silva, o ‘Elias Maluco’, foram transferidos para a penitenciária federal de Porto Velho (640 quilômetros de Rio Branco). Eles desembarcaram por volta das 17h20 de quinta-feira, em aeronave da Polícia Federal.
O diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Leonardo das Neves Carvalho, informou por telefone que está em alerta permanente para qualquer situação que fuja aos padrões da normalidade. Segundo ele, nenhum alerta oficial destas ameaças foi repassado ao Estado até agora.
“De fato, não existe nenhuma movimentação nesse sentido, mas nós não podemos ser ingênuos ao ponto de achar que isso não possa acontecer”, declarou Leonardo. De acordo com o diretor-presidente, o Estado dispõe de planos de contingência para situações como esta. Basta que haja a necessidade para que os mesmos entrem em operação.
Com relação à possibilidade de comunicação via celular, Leonardo Carvalho observa que mesmo com toda a fiscalização ainda são encontrados aparelhos durante as buscas feitas pela polícia. “É importante tranqüilizar a população no sentido de que não existe qualquer ameaça real nesse sentido, mas estamos em alerta”, assegura ele.
Acreanos integram Força Nacional – O comandante da Polícia Militar do Acre, coronel Romário Célio, informou na manhã de ontem, 26, que o comando da Força Nacional – que agrega policiais de todo país – ainda não solicitou reforço ao Estado. Segundo ele, pelo menos 20 policiais acreanos já estiveram em atividade no Complexo do Alemão, e estão preparados para atuar na região.
O próprio Romário Célio já esteve no Rio de Janeiro, conhecendo a realidade dos morros cariocas de perto. Além dos policiais que já integram a Força Nacional, outros militares estão em treinamento semelhante.