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Sesacre combate superbactéria com ações rotineiras contra as infecções hospitalares

Para combater um mal que ameaça hospitais de todo país – a superbactéria KPC (enzima Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) – a Secretaria Estadual de Saúde segue com a implantação das suas medidas rotineiras de combate a infecções hospitalares. Entre tais ações, destacam-se as campanhas de higienização das mãos com sabão e álcool gel, uso racional de antibiótico, cursos/capacitação e visitas de comissões internas de controle às infecções. A meta é evitar que tal ameaça, ou qualquer outra parecida, chegue ao Acre.
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Outras contra-medidas são: limpeza e desinfecção de superfícies, equipamentos, quartos, salas e objetos; maior uso de luvas e aventais; isolamentos e até restrição de visitas. 

Até o momento, a chamada superbactéria já afetou hospitais de mais de 10 estados no Brasil (RJ, SP, MG, BA, RS, DF, PR, PE, GO, SC, ES, PB, etc), deixando centenas de vítimas (quase 50 casos já fatais). Diante desta conjuntura, a Sesacre, por meio da sua coordenação estadual de Controle de Infecções Hospitalares (Cecih), vem intensificando os cuidados tomados usualmente para isolar qualquer bactéria com maior resistência.

De acordo com a coordenadora do Cecih, Dra. Rossana Macedo, a secretaria prioriza as medidas cautelares efetivas contra todas as bactérias resistentes. Ou seja, valem contra a superbactéria e as suas semelhantes. Segundo ela, apesar de o Acre não ter nenhum caso notificado ainda, as chances da KPC ingressar no Estado são reais, já que qualquer lugar onde haja hospitais está propício à instalação destes organismos unicelulares.

Para ser mais específica, a coordenadora conta que bactérias como a KPC têm maiores chances de se instalar em locais com pacientes de longa data, imunodepressivos (tomam antibióticos para se curar), com pouca limpeza e higiene dos profissionais de Saúde e de baixo controle sob os antibióticos presentes. Em especial, alvos fáceis são as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e as alas com internos de casos mais debilitantes.

“Por isso, é muito importante seguir com um trabalho permanente nos hospitais a fim de impedir as bactérias antes da sua chegada. Alguns anos atrás, muitos não valorizavam cuidados básicos como lavar as mãos antes de atender um paciente. Com a infestação do vírus da Influenza A  H1N1, fizemos várias campanhas e cursos. Daí, os profissionais da área, e mesmo os visitantes, passaram a dar mais atenção a tais precauções, o que é vital para reduzir as infecções hospitalares. Mas isso é algo que deve melhorar ainda mais”, disse.

Para tanto, a coordenação monta comissões internas e traz cursos constantemente para verificar se estes cuidados preventivos são levados em conta pelos hospitais do Estado. Caso alguma bactéria, vírus ou qualquer outro tipo de organismo motivador de infecções passe a se proliferar mais do que o normal, a Cecih toma medidas específicas para contê-lo. Seria o caso da superbactéria KPC, caso ela chegasse às unidades hospitalares locais.  

Saiba mais sobre superbactéria KPC – A temível ameaça é um composto de bactérias cada vez mais resistentes, restritas, por enquanto, a hospitais. A KPC é uma enzima da flora intestinal humana tão forte que é capaz de inativar os antibióticos mais potentes de combate a infecções hospitalares. Assim, elas reduzem as opções de tratamento. Trata-se de um sério problema de Saúde Pública e que aos poucos vai se agravando, conforme as bacté-rias vão se tornando mais resistentes aos antibióticos encontrados no mercado.

Sua reprodução é instantânea, duplicando-se em menos de meia hora. O contágio pode se dar tanto através de contato direto (toque na pessoa infectada, em geral nas secreções e excreções), quanto indireto (objetos e superfícies de hospitais, por isso, é bom evitá-los ao máximo e sempre lavar bem as mãos). Tomar antibióticos inadequados ou sem o uso controlado também aumenta os riscos de proliferação. Por tal razão, foi dada ordem do MS de multar em R$ 1,5 mi as farmácias que venderem antibióticos sem receita médica.  

Como ainda é pouca conhecida, os sintomas das bactérias multirresistentes são variados, mas seus principais são: febre, hipotermia, taquicardia, inchaço, agravamento de quadros respiratórios, esclerose múltipla e alta suscetibilidade a infecções hospitalares (urinária, pneumonia, corrente sanguínea, etc). É fácil identificar um infectado sabendo se ele teve contato recente em hospitais, sendo que ainda há exames para traçar diagnósticos exatos.

 

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