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“Sinto como se a Ana estivesse sendo assassinada pela 2ª vez”, desabafa jornalista

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O encontro entre o ex-companheiro da assessora parlamentar, Ana Eunice Moreira Lima, jornalista Tião Maia, e o advogado de defesa do presidiário Gleisson da Silva Andriola, Armysson Lee Linhares, elevou os ânimos na ante-sala da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco, na manhã de ontem (4), onde ocorreu a audiência de instrução criminal do caso.

Andriola é acusado de assassinar a assessora com 15 facadas, dentro da casa dela, ao amanhecer do dia 11 de julho deste ano. “Sinto como se a Ana estivesse sendo assassinada pela 2ª vez”, desabafou Maia. Ainda transtornado pela forma violenta como a companheira foi morta, o jornalista cobrou mais respeito por parte da defesa em relação aos familiares da vítima.

“Ele está pedindo a quebra do meu sigilo telefônico e bancário, como se eu fosse o bandido. Ele praticamente acusa a Ana de ser culpada pela própria morte. A advocacia é uma profissão nobre, mas tem que ser exercida dentro do devido processo legal”, declarou.

O advogado Armysson Lee não revidou ao desabafo do jornalista, se retirando em silêncio. Maia também se recolheu a uma sala reservada, onde aguardou o momento de prestar seu depoimento. Em conversa com a imprensa, ele manifestou o seu desejo de ficar frente-a-frente com o assassino de Ana. “Quero olhar na cara dele”, disse.

Além de Tião Maia, o Ministério Público indicou outras onze testemunhas. O comandante da Polícia Militar, coronel Romário Célio, que conduziu as negociações com o bandido, durante o cárcere privado da vítima, não pode comparecer em virtude de viagem a trabalho. O secretário de Polícia Civil, delegado Emylson Farias, foi um dos primeiros a ser ouvido.

O comericante Kender Conceição, 32, vítima de tentativa de homicídio por parte de Andriola, minutos antes da invasão da casa de Ana Eunice, também prestou esclarecimentos como testemunha de acusação. Ele sobreviveu a seis tiros de revolver – um deles na cabeça. 

Além de assassinato e tentativa de homicídio, Andriola responde ainda perante a Vara do Tribunal do Júri da Capital, acusações de cárcere privado e roubo majorado, este último realizado parceria com o também presidiário Jeferson Teixeira de Andrade, 25. A vítima de roubo é o segurança do Pronto Socorro, Alexsandro Machado Salvador, também presente a audiência.

Os dois foram conduzidos ao Fórum Barão do Rio Branco numa única viatura e chegaram por volta das 7h30, unidos pela mesma algema. Andriola trajava camiseta e bermuda, e permaneceu o tempo todo de cabeça baixa. O advogado Armyssom Lee não quis adiantar sua tese de defesa, mas fez suspende ao falar sobre um documento revelador que iria apresentar em juízo.

O representante do Ministério Público no caso é o promotor de Justiça Leandro Portela. A defesa Jeferson é patrocinada pelo defensor público Martiniano Candido de Siqueira Filho. O juiz da instrução é Leandro Leri Gross, titular da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.

 

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