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Suposto primo acreano de Lula quer ir a Pernambuco em busca dos parentes

“Antes de descer à sepultura eu tenho que conhecer a família do meu pai”. A declaração em tom de desespero é do acrea-no José Luiz da Silva Filho, 59 anos, o suposto primo acreano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na tentativa de comprovar o parentesco, José escreveu uma carta ao presidente, mas acredita que apesar dela ter sido respondida por um assessor, Lula nunca tomou conhecimento do seu conteúdo.
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“Sei que o presidente gostaria de saber que tem um primo que cortou seringa e veio ao mundo pelas mãos de uma parteira índia. Tenho certeza de que um dia nós vamos conversar e esclarecer essa situação”, diz, esperançoso. A carta enviada a José Luiz em papel timbrado da Presidência da República é assinada pelo então diretor de Documentação Histórica, Cláudio Soares da Rocha.

O documento está datado de 22 de agosto de 2003 e consta: “Prezado Senhor, agradecemos sua carta de 04/07/2003, dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Infelizmente a Presidência da República não dispõe de recursos para ir a Pernambuco conhecer a família do seu pai. Quanto ao seu interesse de desvendar um possível parentesco com o presidente, sugiro comparar os nomes constantes nos relatos do livro ‘Lula, o filho do Brasil’, de autoria da pesquisadora Denise Paraná”.

“Uma carta sem esperança”, assim se refere José Luiz à correspondência. Apesar da decepção da primeira tentativa, o acreano não desistiu do seu sonho e resolveu seguir o conselho do assessor do presidente. Através da leitura do livro que narra a história de Lula, ele teve ainda mais certeza do parentesco. A relação estaria entre a mãe de Lula, Eurídice Ferreira de Melo, e o pai dele, José Luiz da Silva, que seriam irmãos.

“Os relatos feitos por meu pai sobre a sua família têm relação com a história do presidente narrada no livro. Antes de vir para o Acre cortar seringa, meu pai morava com a irmã Eurídice em Vargem Comprida, interior de Garanhuns, cidade onde nasceu e foi registrado o presidente Lula”, compara José Luiz.

Segundo os relatos feitos pelo pai, ele e a irmã foram criados pela a avó porque foram abandonados pela mãe quando ainda eram muito pequenos. Ao vir para o Acre, em 1945, ano de nascimento do presidente, José Luiz deixou para trás os únicos parentes que ele conhecia, a irmã e a avó paterna.

“Eu construí o caixão do meu pai e prometi perante ao seu tumulo que iria até Pernambuco conhecer de perto toda a sua família. Ainda não perdi as esperanças e estou disposto a qualquer sacrifício para realizar esse sonho”, garante. Casado e pai de oito filhos, José Luiz já conseguiu o principal: o apoio da família.

Segundo ele, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) demonstrou interesse pela sua história e se dispôs a ajudar no que fosse possível. “Ela me disse que quando o Lula deixasse a Presidência eu a procurasse que ela iria agendar uma conversa com ele. Vamos aguardar para saber se isso é possível”, diz.

Caso não seja possível estabelecer o tão sonhado contato com o presidente Lula, José Luiz está disposto a vender seus bens e seguir por conta própria até o estado de Pernambuco em busca dos parentes de seu pai. A casa, localizada no bairro Montanhês, em Rio Branco, já foi disposta à venda nos classificados de A GAZETA. Resta agora saber se esta história terá ou não um final feliz.

“Estou há 35 anos lutando para saber onde está minha família. Não importa se o Lula é presidente ou não, quero saber se ele é meu parente. Isso é que importa. Devo esse esclarecimento ao meu pai”, conclui.

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