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Em depoimento à CPI da pedofilia, Pianko diz que “nunca abusou de menores”

O assessor especial dos Povos Indígenas do Governo do Estado, Francisco Pianko, revelou ontem, 10, durante depoimento à CPI que apura crime de abuso e exploração sexual contra menores no Acre, que as acusações feitas contra ele são “políticas e partiram de pessoas que defendem apenas interesses pessoais”.
Antes mesmo do final do depoimento, o relator da Comissão, deputado Donald Fernandes (PSDB), afirmou que não existem provas suficientes para o indiciamento de Pianko. O presidente da Aleac, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), propôs que a CPI solicite o relatório final das investigações da Polícia Federal para, então, tomar as medidas necessárias.
Pianko
Caracterizado com trajes tradicionais de sua aldeia, os Ashaninkas, o assessor especial dos Povos Indígenas, chegou a afirmar que as pessoas que fizeram denúncias contra ele estavam insatisfeitas com a política adotada pelo Governo do Estado para as comunidades indígenas.

“Fui convidado pelo ex-governador Jorge Viana para ser secretário pelo meu trabalho. Na época, enquanto buscava melhorias para as comunidades indígenas, algumas pessoas ficaram incomodadas. Queriam, inclusive, mudar o secretário colocando o Sebastião Manchineri. Na verdade, tudo isso aconteceu porque eu deixei de atender o interesse de um grupo bastante reduzido. Não atendia pedidos pessoais, o que causou revolta em algumas pessoas”, afirmou.

Ao ser questionado sobre as denúncias que teria relacionamento com índias menores de idade em troca de presentes que seriam dados aos pais das indígenas, Pianko disse que “jamais abusou de menores”.

Ele revelou que está aguardando a conclusão da investigação da Polícia Federal para poder processar as pessoas que o denunciaram. “Tenho a cópia da investigação da Polícia Federal, onde mais de 60 pessoas foram ouvidas. A sociedade precisa saber o que realmente aconteceu. Repito que esse é um ato político por parte desse grupo”, ressaltou.

Afirmando que vai provar sua inocência, Francisco Pian-ko disse que seu depoimento foi uma forma de lutar para que “denúncias sem as devidas provas sejam feitas”. Pianko ressaltou que esperava a conclusão das investigações da Polícia Federal para prestar esclarecimentos à CPI.
“Tenho certeza que esse é um ato político. Conheço cada uma dessas pessoas que me acusaram. Estou tranqüilo e vou esperar a conclusão da investigação para poder tomar as medidas necessárias”, informou.

Donald diz que CPI não tem provas para indiciar Pianko
O relator da CPI, deputado Donald Fernandes (PSDB), disse que “a CPI perdeu seu rumo a partir do depoimento de Joana D’Arc”. Para ele, não existem provas suficientes para que aconteçam indiciamentos, pois existem apenas denúncias sem as devidas provas.

“Por uma denúncia vazia, extremamente grave, seguimos um caminho errado. Queríamos fazer uma investigação, mas não temos competência e esbarramos no segredo de Justiça. Na verdade, estamos perdendo tempo com o depoimento do Francisco Pianko. Não ouvimos os depoimentos de pais e mães das supostas vítimas”, disse.

“Nós estamos fazendo isso aqui para não ouvimos da sociedade que não fizemos nada. Caminhamos errado pela incompetência dessa CPI, para agradar a socie-dade. Não temos nenhuma condição de indiciar o Pianko por nada”, desabafou.

O deputado Moisés Diniz (PCdoB) pediu desculpas aos indígenas, afirmando que aconteceu um erro grave por parte da CPI. “Acredito na inocência do Pianko. Conheço as aldeias. Os verdadeiros criminosos estão aqui na cidade. Queria pedir desculpas pelo constrangimento que vocês estão vivendo. Os pedófilos estão aqui na cidade. Deveríamos ouvir vocês na aldeia e não aqui”, destacou. (Rutemberg Crispim – Agazeta.net)

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