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Flaviano Melo analisa o recado das urnas da eleição presidencial e do referendo

Um dos principais líderes da oposição, deputado federal Flaviano Melo (PMDB/AC), comentou ontem sobre os resultados da eleição presidencial e do Referendo do Fuso Horário. O parlamentar fez questão de tirar qualquer peso político partidário sobre a questão da escolha do horário do Estado. Já em relação aos votos dos eleitores acreanos, que deram a maior vitória percentual a Serra (PSDB) no Brasil, com quase 70%, Flaviano Melo atribuiu ao descontentamentos regionais.

Resultado presidencial
Flaviano deu sua opinião sobre a vitória de Serra. “Acho que na realidade a falência do modelo petista de governar no Acre influiu. O povo, no primeiro turno, deu um percentual de 52% porque tínhamos uma candidata acreana, a Marina Silva. Se for feita as contas, o Serra passou para 70%, no segundo turno, o que significa que todos os 18% da Marina foram para ele. A insatisfação com o governo local é a única resposta dada nas urnas”, disse.

Segundo ele, é preciso fazer uma leitura apurada do segundo turno. Também projetou os próximos a serem dados pelos oposicionistas. “Cada eleição é diferente na sua realidade. No momento o povo disse um basta através de um recado. Por pouco o Bocalom (PSDB) também ganhou a eleição que seria a vitória total das oposições. Aliás, cada partido de oposição deverá se fortalecer internamente e  se preparar para novas alianças. Não deve ser difícil se chegar a um consenso em 2012. Se todos tiverem juízo e pensarem que o objetivo maior é mudar o que está aí estaremos todos juntos com amplas chances de ganhar se a realidade for a mesma de hoje”, argumentou.

Quanto aos nomes oposicionistas para uma futura disputa à Prefeitura de Rio Branco, Flaviano destacou: “a oposição tem muitos nomes. Mas as vaidades é que precisam ser administradas. Eu vou procurar ajudar pelo fato de ter ocupado todos os cargos políticos no Estado e já não tenho a vaidade para sê-los de novo. Vou procurar administrar as vaidades dos meus amigos da oposição”, garantiu.

PMDB do Acre
Indagado sobre a sua postura política em relação ao governo de Dilma (PT) que tem um vice do PMDB, Michel Temer, Flaviano afirmou que irá ser da base. “Vou trabalhar como sempre com o PMDB. Sou peemedebista e o fato de estarmos com o Serra foi isolado por questões regionais. O PMDB do Acre não tem como se aliar ao PT do Acre. Mas nacionalmente vamos continuar dando o apoio ao Governo e marchando junto com o nosso vice, Michel Temer, como sempre fizemos. Nós devemos participar do governo do PMDB. Estaremos juntos porque o partido precisa dos seus parlamentares”, disse ele.

Referendo
Pelo fato de ter sido o autor do projeto que garantiu o Referendo do Fuso Horário, Flaviano Melo, analisou o resultado das urnas.  “A vitória de 57% a 43% do não, foi um pouco mascarada pelo momento em que a eleição se realizou. Nessa época do ano no Acre o dia está começando mais cedo. Depois o dia começa mais tarde. O povo que vive todos os dias sabe que é assim. Como estamos no horário de verão no Sul e Sudeste os partidários do sim usaram um pouco isso que influenciou o resultado. Mesmo assim a população mostrou que na sua maioria não concorda com esse horário.

A democracia é tão fácil de ser exercida porque se tivéssemos realizados um plebiscito antes de mudarmos o horário não teríamos passado por esse transtorno. Foram dois referendos na história do país, no desarmamento e outro no fuso horário do Acre. Esse é um instrumento que o Congresso Nacional deveria usar mais por ser eficaz para entender os desejos da população”, salientou.

Indagado se considera o resultado uma vitória política, Flaviano nega. “Não considero o resultado do Referendo uma vitória política minha, mas do povo humilde e do interior que estava sentindo muito a mudança do horário. Além das crianças e professores que estavam sacrificados. O homem do campo que não usa relógio e se norteia pelo sol ficou confuso. Acho que quando se dá o direito às pessoas de opinarem sobre as suas vidas está se sendo leal com eles. Fiz questão de em momento algum declarar a minha posição favorável ao 77. Isso porque não queria partidarizar. Como represento a oposição do Estado a minha opinião poderia politizar o Referendo”, finalizou. .

 

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