O Fórum Amazônia Sustentável é um dos organismos mais importantes do mundo em relação aos estudos econômicos e sociológicos da região. O fórum agrupa 237 organizações, entre empresas como Vale, Alcoa, Suzano, Natura e Petrobras, ONGs e governos. Na última quinta-feira, o senador eleito Jorge Viana (PT-AC) fez uma palestra, em Belém, ao lado do governador eleito do Pará, Simão Jatene (PSDB). As argumentações do ex-governador acreano foram publicadas numa matéria de destaque no principal jornal brasileiro de economia, Valor Econômico, com o título: Senador propõe ‘economia florestal’ forte na Amazônia.
As questões das emissões de gás carbônico provenientes da Amazônia e a reversão da situação econômica da Amazônia foram abordadas por Jorge. “Tem agenda do mundo para a Amazônia, vinculada às emissões, mas qual a agenda da Amazônia para o mundo? É preciso fazer uma inversão e transformar a região mais pobre do país, na mais rica. O caminho passa pelo fortalecimento da economia florestal, pela logística e infra-estrutura mais adequada à região, pela exploração sustentável de seus recursos minerais e pela industrialização. A Amazônia não vai a lugar nenhum vivendo de vender matéria-prima e essências para empresas. É preciso dar escala a essa economia”, afirmou Jorge na sua palestra.
O acreano conclamou os demais governadores dos estados amazônicos a estabelecerem juntos uma agenda de trabalho comum para a região. Segundo ele, o novo governo brasileiro tem uma estratégia “quase explícita” de consolidar a infra-estrutura para que o país possa crescer numa rota que ele pretende aproveitar. “A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) não conhece profundamente o tema e a região, mas isso não é um problema. Desde que a gente esteja disposto a tentar conquistá-la. O pior seria se ela tivesse posição pré-determinada e equivocada da Amazônia. Dilma quer este país crescendo e isso para mim é um atrativo”, disse ele.
Para Jorge Viana a economia florestal tem que estar no centro do debate do desenvolvimento brasileiro. “A infra-estrutura não pode ser feita só para ligar uma cidade a outra, tem que estar vinculada a um modelo de desenvolvimento. Economia florestal significa dar uso múltiplo à floresta, inclusive com o que temos debaixo do solo. Não me assusta alguém querer implantar uma siderúrgica no Pará. O que me assusta é importar o carvão”, argumentou .