Na tentativa de conter as pressões por um reajuste maior, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que aprovar um salário mínimo acima de R$540 exigiria o corte de outras despesas, e citou especificamente os investimentos para 2011. Nas negociações internas, no entanto, o governo já decidiu adotar uma exceção à regra em vigor e já admite chegar a um valor de até R$560 para o mínimo a partir de janeiro. Além disso, segundo interlocutores do governo, pode ser adotado também um critério especial para reajustar os benefícios do Bolsa Família e dos aposentados que ganham acima do mínimo.
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Ministro: proposta de R$ 600 já foi derrotada no voto
O ministro Paulo Bernardo defendeu a atual política de valorização do piso salarial – a reposição da inflação mais o PIB de dois anos antes – e disse acreditar que até meados de dezembro esse valor estará resolvido. Mas descartou os R$600 defendidos pelo presidenciável derrotado José Serra (PSDB):
– Não concordo com isso (R$600). Teve um debate político na eleição, e a proposta foi derrotada na eleição. As pessoas não sentiram firmeza, porque a proposta do candidato não era atrelada a critérios. E considero uma visão casuística (mudar a regra de correção). Por que R$600? Só porque ele falou? Mas ele nem ganhou a eleição.
– O mínimo ficará maior do que R$540 – afirmou, à noite, o representante do governo na Comissão de Orçamento, deputado Gilmar Machado (PT-MG).
– Estamos iniciando as negociações, mas o que não vai ficar é R$540 ou R$550 — avisou o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
(O Globo)