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Apenas um presentinho…

Décimo terceiro no bolso, Natal se aproximando e toda a cidade preparada para atrair as pessoas às compras. Shopping e lojas prometem sortear viagens, notebooks e carros entre os que mais consumirem. Sem contar as promoções e liquidações para queima de estoques. Uma verdadeira tentação para aqueles que gostam de comprar.
Nos dicionários, consumir significa ‘fazer uso de alguma coisa para subsistência própria‘ como, por exemplo, alimentos.

Mas, muitas pessoas compram não só por necessidade e, sim, por status, modismo ou pelo prazer que o ato representa. O que muitas pessoas não sabem é que comprar muito, de forma compulsiva, pode ser sinônimo de doença.

Denominada de ‘oniomania‘, a compulsão por compras atinge cerca de 3% da população brasileira. Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, essa doença se caracteriza como um transtorno mental e de personalidade, classificado dentro dos transtornos do impulso.

 O diagnóstico da oniomania é difícil. Para a médica, isso se deve ao fato do consumo ser normal e estimulado em nossa socie-dade, principalmente, em datas como o Natal. Por isso, nem todos que adoram fazer compras e amam as liquidações podem ser considerados compulsivos.

Os sintomas da doença são sutis. Familiares e amigos devem ficar atentos quando uma pessoa querida exagera no consumo; ou é incapaz de controlar o desejo de comprar; ou ainda quando os gastos freqüentes e excessivos interferem de modo importante nos vários aspectos de sua vida.

“Para o compulsivo, o que excita é o ato de comprar, não o objeto comprado. Essa pessoa tem vontade de adquirir, mas não de ter”, explica a psicanalista. Segundo Soraya, quem possui essa doença é ansioso e, muitas vezes, mente e omite para encobrir a compra. O motivo desse comportamento é a culpa e o arrependimento que sente.

 Após as compras…
 De loja em loja, o compulsivo enche a sacola, estoura o limite do cartão de crédito e gasta muito dinheiro. Muitos adquirem dívidas de até dez vezes o que ganham mensalmente. Dificuldades financeiras podem gerar problemas pessoais, familiares e, até mesmo, com a Justiça.

Sem dinheiro e com uma grande vontade de comprar, muitos compulsivos chegam a cometer roubos. “Algumas vezes, aplicam golpes, passam cheque sem fundo e pedem dinheiro emprestado para quitar as dívidas geradas pela compulsão. Não é um defeito de caráter, é uma doença mesmo, a pessoa não é desonesta, ela tem uma incapacidade de controlar esse impulso. Elas chegam ao tratamento porque acabam atrapalhando a vida das outras pessoas”, conta a psicanalista.

O melhor tratamento para quem tem um desejo incontrolável de gastar é um acompanhamento com especialista que, em casos necessários, indicam a medicação apropriada. Para que o tratamento dê certo, o compulsivo por compras deve reconhecer e admitir o problema. “O primeiro passo para a cura de qualquer vício, seja por drogas, álcool ou compras, é aceitar e desejar ser tratado”, conclui a médica. (Ampla Soluções em Comunicação)

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