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Catraiada, uma tradição que se mantém no braço

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Rio Branco nasceu há 128 anos às margens de um rio, o Acre. Inicialmente, a colonização se deu do lado esquerdo do rio, tempos depois, foi preciso avançar para o outro lado, onde a cidade cresceu e se desenvolveu. Naqueles tempos idos não havia ponte para levar os moradores de um lado ao outro do rio, muito menos os barcos motorizados do tipo que temos atualmente. Quando muito, surgia por essas bandas um “vapor”, mas usá-lo para o transporte de passageiros de um lado para outro do rio saia muito caro. Surgiu, então, a primeira modalidade de transporte coletivo do Estado, a catraia, que perdura até hoje.


 O dicionário Aurélio de Língua Portuguesa define catraia como um “pequeno barco tripulado por um homem”, mas não o designa como instrumento de trabalho ou ganha-pão de diversas famílias ribeirinhas que viu na atividade de transporte de passageiros, algo rentável e, mais do que isso a única forma de comunicação fluvial possível para uma cidade recém-criada nas brenhas da Amazônia. E foi assim que se fez e é assim que é, mesmo mais de 100 anos depois de sua fundação.
 
Catraia é, ainda, sinônimo de tradição e cultura, portanto, catraia é sinônimo de acreanidade ou de natividade rio-branquense, afinal, a capital do Acre talvez não fosse o que é na atualidade sem a catraia.
 
Na última terça-feira, Rio Branco completou aniversário. As catraias foram lembradas e homenageadas em uma competição também tradicional, a Catraiada. A corrida aconteceu no trecho do rio Acre compreendido entre a Gameleira e o Mercado Velho e contou com 27 competidores, entre eles, quatro mulheres. O evento foi organizado pela Fundação de Cultura Garibaldi Brasil (FGB). O coordenador de Esportes da FGB, professor Afrânio Moura, disse que o evento é uma oportunidade do município valorizar e resgatar essa prática econômica através de um esporte tipicamente acreano, que é a regata de catraias. “A competição esportiva, associa a mão-de-obra e o trabalho ao esporte e ao lazer”.
 
De acordo com a organização feita pela FGB, a competição foi organizada em três categorias, a primeira é a Feminina, a segunda, com competidores com idade de até 40 anos é a Categoria Principal, a terceira é a Categoria Veterano. Joana Maria Batista venceu a categoria feminina. Luiz de Freitas venceu a Veterano e Luiz de Freitas venceu a Categoria Principal. “Premiamos os três primeiros lugares com medalhas e troféus e um valor em espécie”, disse Afrânio.
 
Segundo a FGB, “a Catraiada constitui-se em uma corrida de catraias que atualmente acontece em comemorações ao aniversário da cidade de Rio Branco. Seu início deu-se ainda nos anos de 1930/40 quando a cidade promovia animadas regatas e festividades pelos mais diversos motivos, por meio deste que era o único meio de transporte público de Rio Branco. Mais tarde começaram a ocorrer competições por iniciativa dos próprios catraieiros, na década de 80, quando o movimento ainda era intenso nas águas do Rio Acre”.
 
“Entre os anos 2000 e 2001, os próprios catraieiros que exerciam suas atividades nos portos do Taquari/Terminal do Aeroporto Velho, Bairro XV/Aeroporto Velho e Cidade Nova/Preventório resolveram realizar uma revitalização da Catraiada, fazendo com que fosse denominada como “Catraiada Histórica”. Atualmente, portanto, faz parte da programação do Aniversario da cidade e encontra-se na sua IV edição. Composta por oito baterias, com 27 participantes, com participação feminina na prova, sua largada ocorre no tradicional Porto da Gameleira ás 15 horas com chegada no Novo Mercado Velho”. (Ascom PMRB)

 

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