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Com 848 casos na última semana, Rio Branco beira nova epidemia de dengue

Mais uma vez a falta de cuidados básicos da população faz a dengue contornar as ações públicas e se proliferar na cidade. Mal começaram as chuvas de ‘inverno’ e a doença já deu um verdadeiro salto nos últimos 3 meses, mais do que quadruplicando seus números. A alta se deve especialmente à falta de atenção com caixas d’àgua, que têm sido grandes responsáveis (90%) pelos criadouros do mosquito. Com este cenário, o retrato que se vê nas unidades hospitalares de Rio Branco é o aumento gradativo das vítimas deste mal.
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No início de setembro, a Vigilância Epidemiológica municipal (Dvea) registrou entre 150 a 200 notificações. Em outubro, subiu para mais de 200 notas. Em novembro, o mês começou na faixa dos 300, mas terminou acima de 500 casos notificados. Com o surto atual, a semana passada (de 28/11 a 4/12) atingiu 848 ocorrências, um valor bem acima das médias para dezembro em anos anteriores (abaixo de 300). Trata-se de uma conjuntura à beira de  epidemia, mostrando forte indício de que 2011 terá um quadro contagioso superior ao dos últimos 2 anos, caso as pessoas não passem a se preocupar com a prevenção.

Com os registros recentes, o acumulado do ano já encostou nas 30 mil notificações. Se comparada com total de 2009, tal marca já é 54,8% (10,5 mil casos) mais numerosa.

Outros sérios fatores de riscos para 2011 é a presença maciça dos criadouros nas casas da Capital, a provável circulação de 2 tipos sorológicos e a ameaça da chegada do 4º tipo. De acordo com Dr. Janilson Lopes, diretor do Dvea, os agentes de endemias (126 atuam hoje na cidade) relataram que 2 em cada 3 casas visitadas pos-suem focos de larvas do vetor da doença. Como a freqüência de chuvas deve crescer, tais criadouros devem expor ainda mais a população.

Para evitar que tais indícios se concretizem, Janilson Lopes explica que a prefeitura tem agido em diversos sentidos. Apesar disso, ainda pretende instalar uma série de novas contramedidas combativas e preventivas ao mosquito. O objetivo é implantar ações aliando cada vez mais a eficiência e a praticidade no dia-a-dia do povo rio-branquense. No entanto, para fazer com que tais ações surtam efeitos, ele pede que a população contribua com o máximo possível para evitar a entrada da dengue no seu lar.

“Esperamos incrementar mais 200 agentes ao nosso quadro para agilizar  ciclo de visitas às casas, ampliar as campanhas de conscientização (escolas, igrejas, mídia, etc), reforçar o nosso aparato técnico para o combate do mosquito, além de estender o atendimento na rede de Saúde e instalar 10 mil telas de proteção às caixas d’àgua. Agora, diante de tudo isso, esperamos também que a população faça a sua parte e entre mais nesta luta. Nada do que fizermos poderá evitar grandes epidemias se as pes-soas não ajudarem”, apela.

Sobre as tampas de poliéster para caixas d’àgua, Janilson informou que o Dvea está montando comissões pra verificar in loco se as telas estão sendo vedadas depois do uso (compromisso que o cidadão assume ao recebê-las). Ao todo, cerca de 1 mil telas já foram instaladas nos bairros Alto Alegre, Defesa Civil, Jorge Lavocat e Tancredo Neves (reduzindo casos). As demais já estão chegando e devem, aos poucos, serem colocadas.

Caso os beneficiados com as tampas se descuidem de fechá-las, o município irá alertá-lo e repreendê-lo, podendo até entrar com ação no MP para lhe aplicar multas acima de R$ 700,00. Segundo Janilson, 12 processos contra pes-soas já foram ingressados no MP.

Mais de 20 cidades correm risco de surto de dengue, revela Governo
Um levantamento do Ministério da Saúde divulgado ontem (6) aponta que 24 municípios do país correm risco de surto de dengue, entre eles as capitais Rio Branco, no Acre, e Porto Velho, em Rondônia. As cidades em situação crítica registraram a presença de larvas do mosquito em mais de 4% das residên-cias pesquisadas.

O Nordeste concentra o maior número de municípios com risco de surto. São 17 no total, sendo dez em Pernambuco, quatro no Rio Grande do Norte e três na Bahia. O Norte tem quatro municípios em risco e o Sudeste três.

Segundo os dados do governo, 154 municípios estão em situação de alerta, com índice de infestação nas casas entre 1% e 3,9%. Entre as cidades em alerta, estão 14 capitais: Salvador, Palmas, Belém, Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Natal, Goiânia, Cuiabá, Aracaju, Manaus, Boa Vista, Fortaleza e Vitória.

No Nordeste, 42 municí-pios estão em situação de alerta. Já o Norte tem 17 cidades na mesma situação, enquanto o Sudeste tem 76 cidades. No Centro-Oeste, estão em alerta Goiânia, Cuiabá e mais 11 cidades. Com nenhum município em risco de surto, a região Sul tem seis cidades em alerta.
Outras 192 cidades brasileiras estão em situação satisfatória, com focos de larvas em menos de 1% das residências. (Globo.com)

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