Com a economia brasileira em franca recuperação após um ano de estagnação (2009), a indústria acreana terá em 2010 um dos melhores períodos de crescimento. Projeções realizadas pela Fieac (Federação das Indústrias do Acre) prevêem que o PIB industrial crescerá esse ano 14%, quando comparado com o resultado de 2009. Mesma previsão há para a economia do Estado, que deve fechar no final de dezembro com alta de 8%, também em cotejo com o ano passado.
Os números foram apresentados ontem pelo presidente da Fieac, João Francisco Salomão, e o economista Carlos Estevão, coordenador dos estudos da federação. Esse bom desempenho foi possível graças ao ritmo forte de expansão da construção civil e a indústria de transformação, com destaque para o setor gráfico. Tanto a construção civil como o gráfico foram beneficiados pelo ano eleitoral.
O primeiro por conta dos gastos maiores dos governos (federal e estadual) em obras públicas, bandeira sempre usada nas propagandas eleitorais. Já o segundo foi beneficiado pela demanda maior de trabalho pela impressão de material de campanha. Quanto ao volume de emprego, os resultados se mostraram positivos até o final do quinto bimestre.
Após disparidades entre os resultados de pesquisas da Fieac e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, agora os números começam a seguir na mesma linha. Dessa vez, por sinal, os dados do Caged ficaram acima dos da análise local.
Até outubro o total de empregos gerados pela construção civil acumulava alta de 23% ante igual período de 2009. Na indústria de transformação o resultado obtido foi o mesmo: 23%. Algo inédito esse ano foi o fato de o emprego ter ficado acima do faturamento da indústria de transformação, que até novembro somava alta de 9,69%.
Para 2011 as expectativas são otimistas, mas diante do cenário político e econômico a tendência é que as taxas de crescimento fiquem um pouco abaixo das deste ano. O PIB brasileiro, por exemplo, que em 2010 deve fechar perto dos 8%, em 2011 não deve passar dos 5%.
Esse comportamento não seguirá na economia acreana. Segundo projeções da Fieac, com base em estimativas do IBGE, a expectativa é que o PIB acreano fique em 8,3% ano que vem. O PIB industrial deverá fechar com crescimento de 14,7%. O presidente da federação aposta na manutenção dos investimentos públicos por parte dos novos governantes para que o setor continue crescendo a taxas chinesas.