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Comerciante tem morte súbita após cirurgia na Fundhacre

A comerciante Kamilla Fonseca, 28 anos, mãe de dois filhos, teve morte súbita, na manhã da última quarta-feira, 8, a uma hora de receber alta da Fundação Hospital do Acre (Fundhacre), onde havia realizado há sete dias uma cirurgia de redução do estômago. A paciente pesava 134 quilos e decidiu se submeter ao procedimento dois anos após iniciar o tratamento para combater a obesidade mórbida.

A morte da paciente gerou comoção não só entre familiares e amigos, mas também na equipe médica e funcionários do hospital. Desde 2006, quando a primeira cirurgia de redução de estômago foi realizada no Acre, esse é o primeiro caso de morte registrado no pós-operatório, num universo de 60 procedimentos realizados.

De acordo com o cirurgião geral com especialização em cirurgia vascular periférica, Thadeu Silva de Moura, o paciente obeso apresenta nove vezes mais risco de morte que o paciente não obeso. Essa estatística, alerta o médico, não está relacionada apenas a realização de um procedimento cirúrgico – que por si só tem seus riscos – mas ao dia-a-dia da pessoa obesa.

No caso de Kamilla, a cirurgia foi um sucesso e não foram detectadas complicações no pós-operatório, o que deixa sem respostas não só à família, mas a própria equipe médica. O atestado de óbito elegeu como causa morte embolia pulmonar – bloqueio da artéria pulmonar ou um de seus ramos e uma das causas mais comum de morte súbita.

O policial militar Kenny Robert Fonseca, irmão da pa-ciente, foi um dos últimos a falar com Kamilla. Segundo ele, a cirurgia realmente foi um sucesso e a irmã conseguiu andar sozinha no mesmo dia. Ela estava otimista no retorno para casa e seguia a risca as orientações médicas. Suas únicas queixas estavam relacionadas à falta de ventilação no leito do hospital. Na ausência de ar condicionado, os pacientes são obrigados a improvisar com ventiladores.

Kamilla morava junto com os pais, o irmão e os dois filhos – uma menina de três anos e um menino de 12 anos – na Rua Estado do Acre, no bairro da Base. Com bastante experiência no ramo do comércio, ajudava a família na administração do Flabar – um misto de bar e panificadora que funciona anexo à residência.

Kenny diz que toda a família está muito abalada com tudo que aconteceu, mas optou por não pedir a autopsia do corpo. “Ela teve oito paradas cardíacas antes de morrer, passou por técnica de ressuscitação e não resolveu, nada que for feito vai trazê-la de volta”, observa. O corpo de Kamilla foi sepultado às 8h da manhã de ontem, 9, no Cemitério São João Batista.

 

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