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CRM apura denúncias contra médicos e enfermeiros de Cruzeiro do Sul

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Durante a reunião, o Ministério Público apresentou vídeos com depoimentos de pacientes afirmando que sofreram mau atendimento, alguns apresentando seqüelas, outros lamentando a perca dos familiares.  Entre os depoimentos gravados pelo Ministério Público, o que mais chamou a atenção foi o desespero de uma mãe que perdeu o filho de 8 meses  de vida após uma  enfermeira  ter aplicado um medicamento intramuscular na criança. Desesperada, a mãe conta que pediu ajuda dos médicos e ninguém fez nada e ela ficou vendo seu filho gritar até morrer dentro do hospital.

Outras duas mães acusaram médicos do hospital do Juruá por negligência médica. Durante a reunião, a professora Ana Cleide contou que levou o filho de 15 anos ao hospital, sentindo febre e dor de cabeça, mas afirma que o adolescente foi abandonado pelo médico Marcelo. De acordo com a professora, o médico ficou o tempo inteiro sentado em frente a um computador enquanto seu filho morria e ainda foi impedida de entrar no ambiente onde rapaz estava.

A dona de casa, Herondina Lima do Couto, também não conseguiu segurar as lágrimas ao relatar a perca do filho, Alesson do Couto Rebouças, 17 anos. Ela afirmou que o jovem foi levado três vezes ao Hospital do Juruá, com febre por conta de uma espinha infeccionada no rosto, oito dias depois ele estudante morreu em Rio Branco, porque os primeiros atendimentos foram mal executadas. A dona de casa denunciou o caso ao Ministério Público para investigar e punir os médicos que estão maltratando a população de Cruzeiro do Sul.

A presidente do Conselho Regional de Medicina, Dilza Ribeiro, disse que todas as denúncias contra os médicos e enfermeiros já estão sendo apuradas, e afirma que o CRM vai dar uma resposta para a população. Doutora Dilza diz que o conselho não admite que alguns médicos estejam maltratando os pacientes e prejudicando a classe e afirma que se as denúncias se confirmarem os culpados serão punidos. 

O diretor técnico do hospital do Juruá, Marcos Melo, disse que é preciso organizar o sistema de saúde na região, para que a população seja melhor atendida. Marcos Melo explicou que a direção do hospital não é conivente com o mau atendimento aos pacientes e afirma que se as investigações comprovarem as denúncias, os responsáveis serão responsabilizados. 

Sem ter o que explicar para a população, a diretora da maternidade de Cruzeiro do Sul, Fabiana Ricardo, entrou e saiu calada da reunião. A maternidade também vem sendo alvo de muitas críticas e denúncias de parturientes que são mau atendidas pelo médico, Pedro Augusto Ramos da Silva.  Conforme o que está apurando o MPE, Pedro Ramos já respondeu vários processos por crimes médicos, em Santa Catarina, Pará, Mato Grosso e até no Acre quando trabalhou no municio de Feijó. De acordo com o MPE, o médico foi acusado de ter feito 40 cirurgias em apenas um dia, no município de Iporâ do Oeste –SC.

Mesmo com este curiculum, Pedro Ramos foi nomeado pelo secretário estadual de saúde, Osvaldo Leal, para atuar como diretor técnico da maternidade em Cruzeiro do Sul. O MPE já pediu o afastamento do médico, mas o secretário ainda não atendeu. Dilza Ribeiro disse que o CRM já investiga mais de dez denuncias de mau atendimento na maternidade.

O promotor Walter Teixeira Filho disse que o MPE vai tomar todas as providências a respeito das denúncias e os culpados serão punidos e afirmou ainda que o assunto não ficará apenas em reuniões. (Tribuna do Juruá)

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