Reflorestar áreas degradadas e reintegrar presidiários à sociedade! Para unir estas duas missões sociais numa iniciativa só, a Superintendência local do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) assinaram na manhã de ontem (22), às 9h15, um termo de convênio na ordem de R$ 440 mil.
Trata-se de uma parceria pioneira, que visa plantar 350 mil mudas de espécies agroflorestais em 5 projetos de assentamentos do Alto Acre, gerando emprego e renda para 30 detentos acreanos.
De resultados práticos, as mudas beneficiarão mais de 400 famílias assentadas pelo Incra com inúmeras vantagens produtivas, territoriais e sócio-ambientais. Todos os presos envolvidos também terão grandes oportunidades, já que passarão por uma qualificação profissional para aprender a plantar as mudas (o que poderá lhe ser útil no futuro). Além do que, tal atividade conta como requisito para a redução de pena.
Mas as vantagens não param por aí! De fato, tal empreitada pode ser uma precursora de muitas outras afins que possam surgir no futuro. Segundo o superintendente regional do Incra, João Thaumaturgo Neto, o convênio com o Iapen é muito especial e soma com a sólida atua-ção social do órgão no acesso à terra para milhares de famílias. Isso porque, detalha Neto, a logística deste trabalho tem tudo para dar certo, já que marca a abertura de novas parcerias entre os dois institutos. O projeto já conta para ser potencializado, inclusive, com a unidade prisional que posteriormente deve ser instalada no Alto Acre.
“Este acordo é bem distinto porque reúne 2 variantes positivas: a ressocialização dos detentos e a recuperação ambiental das terras onde vivem hoje mais de 400 famílias. Para nós, é uma satisfação fazer parte deste ato, pois ele fortalece as políticas sociais do Incra e, sem dúvidas, trará chances à vida de muitos”, diz Neto.
Por sua vez, o diretor-presidente do Iapen, Leonardo Carvalho, destacou a relevância de se firmar convênios com grandes órgãos como o Incra para estabelecer maiores políticas de incentivo ao retorno de presos à sociedade. O gestor também relembrou o quanto foi difícil até se chegar ao texto final deste projeto e, por isso mesmo, garantiu que todos os envolvidos (incluindo os detentos) estarão bem preparados para fazer um bom trabalho.
“Para o Iapen, esta será uma oportunidade para transformar a vida destes reeducandos e que deve se estender a iniciativas maiores. Acho que são projetos assim que mostram ao presidiá-rio que ele deve acreditar que pode sim voltar à sociedade”, completa Leonardo.
Os projetos de assentamento reflorestados pelo convênio serão: PA Alcobras, Triunfo e Paraguassú, PAE Porto Rico, PAD Quixadá, além de outras áreas degradas da região do Alto Acre. Os 30 reeducandos engajados nas plantações serão de regime aberto, semi-aberto e fechado.
