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“Olimpíada de Língua Portuguesa” tem 20 vencedores, dois são acreanos

O Ministério da Educação e a Fundação Itaú Social anunciaram os nomes dos 20 estudantes vencedores da etapa final da “Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro”,  na tarde de segunda-feira, dia 29 de novembro, em Brasília. O evento contou com a presença do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Educação Fernando Haddad, do presidente da Fundação Itaú Social Roberto Setúbal, da presidente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) Maria Alice Setúbal  e de 700 expectadores, entre estudantes, diretores de escolas, professores e jornalistas que lotaram o Museu Nacional da cidade.
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Cerca de 152 estudantes de todas as regiões do país desembarcaram em Brasília para participar da etapa final da “Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro”, edição 2010, que aconteceu no Museu Nacional, acompanhados de seus respectivos professores. O evento começou as 16h, com o show musical da cantora Adriana Calcanhoto e apresentação de filmes sobre a importância  de como são desenvolvidas as etapas da Olimpíada.  Em seguida, usaram da palavra as autoridades presentes, dentre elas o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi aplaudido durante quase toda sua fala. Por último, o anúncio dos 20 estudantes vencedores, 5 por categorias, nas 4 existentes: Poema, Memórias Literárias, Crônica e Artigo de Opinião.

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Presidente Lula e ministro Fernando Haddad com professores e estudantes vencedores da categoria Artigo de Opinião

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva beijando a aluna Rossana Dias Costa, de 17 anos, grávida de 7 meses, da Paraíba, uma das premiadas na categoria Artigo de Opinião.

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Com um repertório de músicas infantis, a talentosa cantora Adriana Calcanhoto deu um show de voz e violão que encantou a platéia de convidados. Foi aplaudidíssima.

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Auditório do Museu Nacional de Brasília ficou lotado dos estudantes e dos professores que participaram da premiação.

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Presidente da República, Lula da Silva, cumprimentando um aluno premiado.

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Presidente da Fundação Itaú Social, Roberto Setúbal.

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Presidente da Fundação Itaú Social, Roberto Setúbal.

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Estudantes finalistas e seus professores aproveitaram a manhã livre, antes da premiação, para visitar os pontos turísticos do Distrito Federal, como a Catedral Metropolitana de Brasília,o Congresso Nacional e a Praça dos Três Poderes, com os históricos Candangos. E, claro, uma pausa para compras de souvenirs, para guardar de lembrança do Planalto Central.

Uma maneira diferente de aprender
Mobilizar os professores para que eles trabalhem efetivamente conteúdos de Língua Portuguesa é o objetivo da “Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro”. Para dar conta desse desafio, os professores recebem material sobre os gêneros tex-tuais: poema, crônica, memórias literárias e artigo de opinião, para orientar as atividades com os alunos.

“O Lugar Onde Vivo” é o tema central dessa Olimpíada. Os participantes são estimulados a analisar a realidade, desenvolver uma percepção crítica e a realizar as produções textuais com base nesse assunto. Depois, o professor avalia o que a turma sabe sobre o gênero a ser estudado e inicia a apresentação de modelos escritos por bons autores.

A próxima etapa é definir o que escrever. Para isso, os novos escritores interagem com a comunidade, fazem entrevistas com moradores e pesquisas para perceber problemas, desafios, potenciais e expressar suas idéias no papel. Esses procedimentos deixam claro que escrever não é apenas um talento, mas sim, um conteúdo que se ensina e que deve ser trabalhado em sala de aula.

Os selecionados para as semifinais da Olimpíada viajaram para cidades distintas para aprimorar os conhecimentos no gênero em questão. O semifinalistas em poema reuniram-se em Fortaleza. Os semifinalistas de crônica foram premiados em Curitiba. Na categoria de memórias literárias, os alunos entrevistaram o compositor Fernando Brant. Já os jovens do Ensino Médio simularam um programa de debates sobre o tema internet e tecnologia. Na sequência, produziram artigos de opinião sobre o tema.

Outra ferramenta de formação disponível é a Comunidade Virtual Escrevendo o Futuro. Nela, os participantes têm a oportunidade de se aprofundar no ensino de língua, se informar sobre novidades na área, debater questões rela-cionadas ao conteúdo, ler textos literários e se relacionar com colegas de todo o Brasil.

Metodologia criada pela Fundação Itaú Social transformou-se em  política pública federal e chegou a 99% dos municípios.

O programa Escrevendo o Futuro foi criado com o objetivo de enfrentar desafios importantes para atingir a meta de oferecer ensino público de qualidade formando professores para aperfeiçoar o domínio da língua e a capacidade de expressão por meio da leitura e da escrita de seus alunos.

Assim que a parceria entre a Fundação Itaú Social e o MEC se concretizou, em 2007,  o Prêmio foi batizado de Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro e tornou-se parte do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação, do Governo Federal.

Com o envolvimento do MEC, o trabalho ganhou nova dimensão. A primeira edição da Olimpíada, em 2008, teve a participação de 6 milhões de alunos e recebeu 202.280 inscrições de professores, vindos de 5.445 cidades, o que corresponde a 98% dos municípios brasileiros.

Essa edição de 2010 alcançou 99% dos municípios do país. Nas quatro categorias, poema, memórias literárias, crônica e artigo de opinião, foram  239.435 inscrições de professores de 60.123 escolas públicas, que mobilizaram 7 milhões de estudantes de ensino Fundamental e Médio.

Dois estudantes de Cruzeiro do Sul, no Acre, estão entre os vencedores
A estudante Eduarda Moura Pinheiro, 13 anos, de Cruzeiro do Sul, foi uma das cinco vencedoras da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, na categoria Memórias Literárias, com o texto intitulado “Chão Varrido”. Ela estuda a 6ª série do ensino Fundamental, na Escola Francisca Rita de Cássia Lima Pinto. Eduarda conta que está muito feliz por ter conseguido chegar até a etapa final, porque essa foi uma oportunidade de aprender mas também viajar. “Estou adorando Brasília, nunca tinha viajado. Não conhecia nem a capital, Rio Branco, do meu estado. Quando fizemos o sobrevôo daqui vi o quanto é tudo lindo. Brasília é linda como nas revistas”.

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O aluno Mateus Albuquerque de Souza, de 15 anos, de Cruzeiro do Sul, Acre, foi um dos 5 vencedores da “Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro”, na categoria Artigo de Opinião, com o texto intitulado “A violência adentrou os muros de nossas escolas. E agora?”. Ele é estudante do 1º ano do Ensino Médio, no colégio Craveiro Costa. E fala que “ser um vencedor neste concurso é muito especial. Estou muito feliz, muito emocionado. Além de ser um dos ganhadores, eu viajei, conheci lugares que nem imaginava e vi  o Lula de perto”.

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Feliz da vida, Eduarda Moura Pinheiro, de 13 anos, estudante da cidade de Cruzeiro do Sul, foi premiada.

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Professora Elisângela Oliveira Silva de Araújo, de Cruzeiro do Sul, Acre, exibindo orgulhosa as duas medalhas de ouro que recebeu na Olim-píada. Ela posa ao lado do aluno Mateus, Lula e Fernando Haddad.

Premiação
Os 500 alunos e professores semifinalistas receberam medalhas de bronze e coleção de livros. Os 152 professores e alunos finalistas foram premiados com medalhas de prata e aparelhos microsystem, e suas respectivas escolas receberam uma placa de homenagem. Aos vinte vencedores da etapa nacional, alunos e professores, foram entregues medalhas de ouro, computadores e impressoras. As escolas nas quais estudam foram contempladas com laboratórios de informática, composto por 10 microcomputadores e 1 impressora, além de livros para a biblioteca

“Tínhamos que acreditar”
A professora que acompanhou ou dois estudantes, Elisângela Oliveira Silva de Araújo, de 31 anos, que leciona Português, conta que foi difícil chegar até a fase final. “Tínhamos que acreditar, estudar, não tinha fim de semana, feriado, só aprendizado. Esse é um projeto que dá oportunidade e aí o aluno pode, sim, ter o seu trabalho percebido e reconhecido. Ainda mais, quando é uma escola que fica num bairro periférico, distante, carente e em meio a violência. E apesar de tudo, lá tem muito aluno bom. Acabamos de provar!”, finalizou.

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