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Radialista Franco Silva é sepultado sob forte comoção

 O cantor e radialista Franco Silva foi sepultado no cemitério Morada da Paz, em Rio Branco, no início da manhã desta segunda-feira, 13, sob forte comoção. O clima era de dor e revolta. Em lágrimas, familiares e amigos rezaram por alguns minutos e ao final se despediram com uma forte salva de palmas.


O empresário tinha 49 anos e se prepara para comemorar meia década de existência no dia 13 de fevereiro de 2011. “Ele estava animado, a idéia era fazer uma grande festa, rodeado por familiares, amigos e pessoas do povo, como ele sempre viveu”, revela Francimar Ferreira Silva, irmão da vítima.

Um tiro no coração colocou fim aos planos do radialista. Ele foi morto por assaltantes na área da própria casa, na madrugada de domingo, 12, minutos após dispensar o segurança que o acompanhava. A suspeita é que os bandidos tenham entrado na residência no momento em que a esposa do cantor, Benedita Arruda, abriu o portão elétrico da residência, por intermédio do controle remoto.

Benedita e Franco estavam em carros separados. Ela vinha na frente e o marido logo em seguida, o que reforça a hipótese de que o radialista tenha enfrentando os bandidos para defender a esposa, momento em que foi assassinado. Os assaltantes tinham como alvo o apurado da noite no clube “Rabo de Saia”, de proprietário do cantor.

À família tem informações de que os assaltantes são do próprio bairro João Eduardo, onde Franco Silva viveu a maior parte da sua vida. O que também levanta a suspeita de que ele tenha sido executado em virtude de ter reconhecido os bandidos. “Estamos passando por todo esse processo porque existem pessoas incompetentes que colocam bandidos perigosos na rua”, critica.

Francimar lembra que o irmão era um homem bom e não merecia morrer de forma tal brutal e covarde. “Ele só fazia o bem, ajudava não apenas a família, mas todos aqueles que precisavam dele, todo dia a gente se falava, agora tudo isso acabou. A única coisa que eu posso pedir nesse momento é Justiça”, clama. O radialista, que era natural de Brasiléia, deixa enlutados seis irmãos, viúva e cinco filhos.

Ele tinha o amor como filosofia de vida, diz Astério

O vereador e deputado estadual eleito, Astério Moreira (PRP), foi até o cemitério Morada da Paz homenagear o amigo e conterrâneo. Bastante emocionado, o jornalista lembrou do apoio que recebeu do radialista nas últimas eleições e disse que a filosofia de vida dele era o amor.

“Onde não tem amor as pessoas se tornam selvagens, disse Franco numa das suas últimas entrevistas no meu programa na TV Rio Branco. Ele via amor em tudo”, lembra. O velório, realizado na Capela São João Batista, durante todo o domingo, foi visitado por centenas de pessoas, oriundas tanto da cidade como dos seringais, onde ganhou fama via ondas do rádio.

As ações em prol dos menos necessitados tornaram Franco Silva uma pessoa não apenas conhecida, mas amada por todos aqueles que tiveram a oportunidade de desfrutar do seu convívio. Um dia antes de ser assassinado, participou de uma festividade com o grupo da terceira idade “Os Renovados”, na comunidade Menino Jesus, no bairro Nova Estação.

Na noite que antecedeu o crime, horas antes de ir para o clube “Rabo de Saia”, participou de um encontro de jovens na Paróquia Cristo Libertador na Sobral. Segundo o amigo e jornalista, Raimundo Fernandes, além de patrocinar grupos de jovens e de idosos, Franco gostava de participar das atividades, cantar, dançar e festejar com eles.

Baile no “Rabo de Saia” em clima de despedida

Franco não costumava cantar nos bailes do clube “Rabo de Saia”, de sua propriedade.  À exceção ocorria em noites especiais, como a do último sábado, 11, quando subiu ao palco para homenagear o tecladista e amigo pessoal, Leonel Granjeiro.

“Parecia uma despedida. Eu fiz aniversário na sexta-feira, então ele fez a seqüência final do baile, com músicas que tocamos juntos há vários anos, depois encerrou com o tradicional parabéns para você”, declarou bastante emocionado. Para Leonel, o amigo se despediu desse mundo fazendo o que mais gostava: cantar.

Franco tinha a intenção de gravar um novo CD. Segundo amigos mais próximos, ele já trabalhava inclusive na composição das músicas. A gravação seria iniciada em janeiro de 2011 e o lançamento culminaria com a sua festa de 50 anos. Como radialista, trabalhou muitos anos na Rádio Acre FM 98 e apresentava o programa “Forró, Cidade e Sertão”, na Rádio Difusora Acreana.

 

  

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