Com a combinação férias mais festas de final de ano, a rodoviária da cidade registra um fluxo maior de passageiros nas últimas semanas do ano. Seja para rever parentes, relaxar ou só passear com a família, os viajantes do trecho Rio Branco – Porto Velho e de outras linhas de curtas distâncias não trocam o costume e as vistas dos ônibus pelo dos aviões. Outros fazem tudo para contornar a lotação em aeroportos. Com isso, as empresas de ônibus chegam a dobrar o faturamento (100%), marcando o seu melhor período do ano.
Nos demais meses do ano saem em torno de 100 viajantes por dia da rodoviária. Já no final do ano o fluxo diário salta para 200 a 300 viajantes. De fato, a demanda cresceu tanto nesta época que houve até carências de passagens no destino que soma 90% da procura dos acreanos: Porto Velho (R$ 56,00). Os demais 10% correspondem aos municípios de interior, em especial Brasiléia (R$ 30,00) e Assis Brasil (R$ 32,00) e raras passagens a lugares mais distantes (no geral, de pessoas que não conseguiram vagas em aviões).
Contudo, nem o momento positivo das vendas de final de ano anima o setor. Para 2011, muitas empresas deste meio de transporte temem a falência diante da concorrência com companhias aéreas. Não é para menos, afinal de contas, cada vez mais o preço das passagens entre ambos se aproxima, o que tira qualquer vantagem que os ônibus poderiam ter sobre o avião.
De acordo com o gerente da Leotur, Leodir Alves, nos últimos 4 anos o movimento na rodoviária caiu em torno de 70% a 80%, praticamente extinguindo passagens a destinos mais longínquos, como São Paulo, Goiânia e cidades nordestinas. No ritmo que as coisas seguem,o gerente estima que se as empresas e o governo não buscarem alternativas para tornar os preços das passagens mais atrativos e renovarem os carros com mais conforto, é provável que algumas delas quebrem ou cortem de vez as passagens a destinos longos.
“Outros problemas que nos atrapalham são: transportadores ilegais, os taxistas e as agências de turismo cada vez mais desistindo de montar pacotes com ônibus. Portanto, as empresas daqui estão minadas por todos os lados. Se não houver redução de IPI para comprar carros novos e planos pra baixar custos, é questão de tempo até que o incentivo de ônibus acabe de vez. A própria rodoviária que estão construindo mo 2º Distrito será desnecessária, pois este transporte não deve sobreviver nesta concorrência desleal com aviões. Hoje, empresas já preferem até fretar aviões em vez de ônibus”, prega o gerente.
Leodir também afirma que a razão de tantas pessoas ainda usarem ônibus para ir a Porto Velho é porque lá elas podem pegar mais de 20 vôos por dia. Caso as linhas aéreas de Rio Branco fossem melhores, até mesmo tal demanda já teria sumido da rodoviária. Em relação a dezembro de 2009, ele finaliza dizendo que este ano teve uma queda acentuada.