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Irmão da estudante morta em blitz denuncia 8 PMs por espancamento

A dona-de-casa Maria Ambrósio Rêgo voltou a bater à porta do Ministério Público Estadual (MPE) ontem, 1º, para denunciar mais um caso de agressão policial na família. Maria é mãe de Edna Ambrósio, estudante morta aos 23 anos de idade, em fevereiro deste ano, durante uma blitz de trânsito. Agora, a vítima, segundo ela, é o filho de 19 anos, que teria sido espancado por oito PMs.
Caso-blitz
Edson Carlos Ambrósio Saldanha foi apresentado pela mãe à coordenadora do Centro de Atendimento ao Cidadão do MPE, advogada Nazaré Gadelha. Em virtude da situação do rapaz, que apresentava marcas de espancamento por todo corpo e tinha dificuldade em se expressar, ela acionou atendimento médico de urgência.

De acordo com Maria Ambrósio, Edson foi abordado pela polícia por volta das 23h da última terça-feira (30/11), quando caminhava em direção a sua casa, na ladeira do Bola Preta, na companhia de outros dois jovens. Ela admite que o filho é dependente químico, mas também sabe que isso não autoriza a polícia a agir de forma truculenta.

“Quero saber do Estado onde estão os meus direitos de cidadã e de mãe. Eles já mataram a minha filha, agora querem fazer o mesmo com o meu filho. Quero saber do governador o porquê?”, questiona indignada.

Maria Ambrósio informou ao MPE que o filho foi agredido por cerca de oito policiais, cinco deles estariam numa via-tura e três conduzindo motocicletas. A maioria das pancadas, segundo ela, foram na região da cabeça. A dona-de-casa teme que o filho fique com seqüelas em virtude das pancadas. “Sei que o meu filho não será o mesmo depois disso. Quero justiça”, suplicou.

Segundo os relatos de Maria Ambrósio, a sessão de pancadaria durou mais de uma hora. Isso porque, apesar de ter sido abordado pelos policiais às 23h de terça-feira, Edson só foi conduzido à Unidade de Segurança Pública da 1ª Regional, ao amanhecer de quarta-feira, segundo comprova Termo Circunstanciado de Ocorrência, entregue a mãe do acusado.

Ao chegar à delegacia, Edson revelou que foi tirado com violência do veículo e jogado no chão, de forma humilhante. O caso será tratado durante audiência agendada para o dia 3 de dezembro, na 1ª Vara do Juizado Criminal Especial de Rio Branco. Após colher por termo as declarações da mãe e da vítima, Nazaré Gadelha, os encaminhou à Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial para adoção das medidas necessárias aos acusados.

Ofícios, comunicando o caso, também foram encaminhados à Corregedoria da Polícia Militar e à Defensoria Pública do Estado. Além de punição na esfera penal, a mãe já manifestou o interesse de ingressar com ação por danos morais e materiais contra o Estado.

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