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Frente Popular reconhece os avanços de Binho no governo

Numa homenagem ontem, na sede do PT da Capital, as principais lideranças da FPA reverenciaram os 4 anos do governo de Binho Marques (PT). Deputados estaduais e federais, futuros senadores, prefeitos, vereadores, dirigentes partidários e sindicalistas participaram do evento. Os discursos giraram em torno da determinação do governador em dar continuidade ao processo de transformação do Estado, iniciado pelo ex-governador Jorge Viana (PT).
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Mas também houve bastante descontração. O presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães (PCdoB), afirmou: “quando se chega ao final do mandato o café está frio e nem vento bate nas costas. Mas nós vamos ser o café quente e o vento que vai bater nas suas costas por ser um exemplo de militante Binho”, disse ele. O vice, César Messias (PP), se mostrou orgulhoso de ter trabalhado lado a lado com o homenageado. “Aprendi muito com ele porque sabe lidar com as pessoas com o coração”, elogiou.

Representando os prefeitos acreanos, Raimundo Angelim (PT) também teceu elogios à postura do governador durante os seus 4 anos de mandato. “Os 22 municípios do Acre, principalmente, a população mais humilde e excluída gostaria de prestar uma homenagem ao Binho. As obras realizadas em todos os municípios mudaram a vida das pessoas. Cada obra que foi erguida teve a preocupação de como poderia ajudar a melhorar a vida das comunidades por não serem frias. Com  a popularidade que está terminando o Governo, Binho está dando um exemplo de desapego ao poder e de amor ao Acre”, salientou.

“Projeto” transcendental 
O futuro senador Aníbal Diniz (PT-AC), que foi um dos principais assessores do governador, lembrou das dificuldades para eleger Binho Marques. “O nosso projeto não consegue ser traduzido à luz da materialidade por ser transcendental. Esse grupo de partidos se multiplicou e garantiu a vitória de Binho que foi a mais bonita de todas na história da FPA. O sucesso da empreitada se deveu a soma do projeto com uma pessoa que tinha a essência do projeto, mas não tinha visibilidade. Fomos os mais ousados na eleição de 2006. Se Deus nos contemplou com a grande vitória ele pediu calma porque nos daria ainda muito mais. Os quatro anos que tivemos do governo que foi da mais absoluta grandiosidade e voltado para os que mais precisam. Se tem um ou outro componente da equipe que se sente envaidecido posso garantir que isso não aconteceu com o Binho” argumentou.

Pedagogia política
O senador eleito Jorge Viana (PT) também não poupou elogios ao seu sucessor no Governo. “Do ponto de vista de se dedicar às tarefas diá-rias do projeto o Binho é quem está há mais tempo entre nós. Ele foi o primeiro da nossa geração a ir à Xapuri para desenvolver um trabalho com o Chico Mendes. Sempre na linha de frente com a sua cria-tividade nas nossas campanhas. De todos nós dirigentes da FPA não conheço nenhum mais avesso de querer estar à frente. Foi exatamente ele que pegamos para nos conduzir como governador. A história do Binho dentro da FPA é de pedagogia política. Só um partido como o PT é capaz de ter espaço para cumprir a missão política que ele cumpriu. Outras forças não colocariam uma figura com o perfil do Binho como governador”, destacou.

Binho: “se engana quem acha que não sou político”
Confessando ter se preocupado demasiadamente com o trabalho e de ter deixado para trás alguns protocolos típicos de governador, Binho Marques agradeceu as homenagens. “Fico lisonjeado. Vou levar para sempre isso comigo. Os partidos da FPA tiveram a ousadia de me lançar candidato quando eu era pouco conhecido e a probabilidade de uma vitória não era vista como certa por muitos. Para mim foi importante porque demonstrou que a população votou não em uma pessoa, mas num projeto. O especial é que a homenagem está sendo feita por políticos quando todo mundo diz que não sou político. Apesar de na verdade isso ser um erro porque sempre fui político e sempre militei e sempre tive uma causa”, lembrou.

Pelo seu depoimento Binho revela a sua maneira de entender a política. “Nunca pedi para ser candidato e não tenho pretensões eleitorais. Gosto da luta e da defesa de causas que são justas. Isso para mim é a prova de que sou político. Para mim a palavra político está muito desgastada e a população precisa entender que essa é uma tarefa muito importante porque as coisas podem ir para um lado ou outro. As definições das políticas públicas e o que vai ser feito na saúde, na educação na economia depende dos políticos. O importante é a população não generalizar e dizer que todos os políticos são ruins e corruptos. É preciso ter fé que o Brasil ainda vai ter uma geração de políticos sérios como muitos que conheço como a Marina Silva, Jorge Viana e Tião Viana”, salientou.  

Gestão bem sucedida
Binho Marques admite que cometeu alguns erros durante o seu governo. Mas sempre relacionados à questão de relacionamento humano. “Quis fazer um governo de oito anos em quatro anos e isso deu muito trabalho para todo mundo. Tivemos que trabalhar dobrado. Isso causou transtorno e aproveito também para me desculpar. Principalmente porque fizemos muitas obras que incomodaram muito. Algumas que não foram muito bem conversadas com as pessoas e acabaram gerando incômodos. Em outras tivemos dificuldades porque as empresas não deram conta de tantas obras ao mesmo tempo. Algumas enlamearam as cidades e trouxeram buracos. Mas eram necessárias para o futuro. Sempre contei muito com a paciência da população”, agradeceu.

Futuras eleições
Quando o assunto se direciona para possíveis candidaturas, Binho prefere sair pela tangente. “Não pretendo concorrer a cargos eleitorais. Embora tenha uma causa, as pessoas têm estilos mais adequados para um cargo ou outro. Estou na gestão pública há muito tempo e sempre montei equipes. A gente sabe o perfil de cada um. Não sou uma pessoa da comunicação e da exposição pública que é o mais importante para um político. Acho que pequei muito em não dialogar e não conversar mais. Nós trabalhamos muito para todos, mas acho que a gente poderia ter trabalhado mais com todos e isso foi uma falha. Talvez fosse preciso um outro perfil para fazer o que não consegui”, lamentou.

A obra não realizada
Indagado sobre o quê acha que faltou fazer durante a sua gestão, o governador, com humildade, admite que muitas coisas. “Só a Secretaria de Obras conseguiu fazer uma obra a cada três dias sem contar com o Deracre, Educação etc. Se for contabilizar deu mais do que uma por dia porque garanti muita autonomia para os secretários e definimos metas e cada um saiu correndo para fazer. Se juntar tudo o volume é muito grande. Mesmo assim ainda faltou muita coisa”, avaliou.

Mas em especial, fala da obra que gostaria de ter feito e não fez. “Faltou a construção do Planetário. Parece bobo, mas era um sonho. Por ser algo importante para as crianças e a juventude. Era para eles perceberem o tamanho deles no universo e isso faz toda a diferença na relação com a sociedade. Melhoramos as escolas, mas o nosso projeto previa também encontrar novas formas de educação da sociedade. Por isso fizemos bibliotecas, centros de idiomas, música, museus, além da Floresta Digital. Nesse projeto tem também o Planetário por elevar o padrão cultural. Briguei oito anos com o Jorge Viana para que fizesse o Planetário como governador e quando eu fui governador também não fiz”, finalizou.

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