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Gladson Cameli defende a maior participação política do PP no Acre

Durante uma entrevista exclusiva À GAZETA o deputado federal reeleito, Gladson Cameli (PP/AC), falou dos planos para fortalecer o seu partido no Estado. Também desarmou boatarias sobre uma possível aproximação política com o deputado federal eleito Márcio Bittar (PSDB/AC). Gladson confessou que até agora ainda não foi chamado à Frente Popular para dar a sua opinião sobre o resultado da eleição de 2010. Por outro lado, garantiu que o seu partido terá mais espaço político no governo de Tião Via-na. O parlamentar descartou qualquer possibilidade de vir a disputar a prefeitura de Cruzeiro do Sul em 2012.
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Encontros com Márcio Bittar
Recentes encontros do deputado Gladson Cameli com o deputado federal eleito Márcio Bittar, campeão de votos nas mais recentes eleições, despertaram a imaginação de alguns setores políticos acreanos. Gladson explicou a sua ligação com o parlamentar tucano. “Ele é um amigo. Já pertencemos, no passado, ao mesmo partido (o PPS), do qual fazia parte também o vice-governador César Messias (PP). Quando me lancei candidato fui para o PP, mas a minha amizade com o Márcio Bittar não acabou. Ele defende o seu lado político e eu o meu. Fui à sua confraternização porque vamos trabalhar juntos em Brasília com o único propósito de mandar recurso para cá. Isso acontece melhor quando se está unido. A minha ida à festa do Márcio não foi para insinuar nada, mas para atender o pedido de um amigo, “justificou. Gladson admite que Márcio Bittar é um pré-candidato forte à prefeitura da Capital. “Ele já disputou várias eleições majoritárias e tem bastante experiência”, argumentou. 

Integração amazônica
O jovem parlamentar acreano de 32 anos acredita que será necessário uma grande união da bancada federal do Estado. Os dois têm ligações fortes também com o estado do Amazonas e, por isso, querem pensar a região como um todo. “Poderemos fazer um trabalho mais unido em favor da Amazônia. Tanto eu quanto o Márcio devemos fazer política com o propósito de trabalharmos a favor do desenvolvimento da Amazônia e do Acre. Isso transcende questões partidárias. Somos adeptos de um desenvolvimento sustentável. E só há um comprometimento com a união entre os parlamentares. Temos quase 20 milhões de habitantes na Amazônia e a gente tem que se preocupar com isso”, analisou.

Quando é questionado sobre uma futura dobradinha com o deputado tucano, Glad-son, esquivou-se: “estou defendendo uma união da nossa bancada federal. Quantos mais estiverem juntos nos embates de Brasília mais fácil fica para a gente conquistar as coisas para o Acre. Não discuti com o Márcio as questões políticas de 2012 e 2014. Nós não analisamos nenhuma parceria específica sobre isso”, afirmou.

Reflexões  internas da Frente Popular
Indagado sobre se já foi chamado internamente pela FPA para fazer uma reflexão do pleito de 2010, Gladson nega. “Não discutiram nada comigo. Mas vou trabalhar a partir de janeiro de 2011 para o crescimento do PP. Não vamos servir mais de escada para nenhum grupo político. Em 2012 teremos nomes de prefeitos e vereadores nos 22 municípios acreanos. Aqueles que mostraram que têm força política serão candidatos. O exemplo foi dado quando se abriu as urnas das eleições 2010 no Juruá. Vou defender o crescimento do partido porque há uma orientação do diretório nacional para lançarmos o máximo de candidatos. Até 2004 a tendência do nosso partido era descendente. Estamos começando a subir. No resultado de 2010 de um senador passamos para cinco e de 40 deputados federais passamos para 45. Com certeza vou defender esse momento de crescimento. Quero trabalhar uma identidade interna mais forte do PP no Acre”, salientou.

Quanto à sua leitura das urnas, Gladson, acha que é preciso mais atenção. “Foi um crescimento bom para minha carreira política porque aumentei 14 mil votos. Isso foi fruto de muito trabalho. Sempre dizia que queria ter apenas mais um voto. Acabei conseguindo 14 mil a mais. Em relação à FPA a população mostrou uma insatisfação. Mas tenho a certeza que o governador eleito Tião Viana (PT) com sua inteligência e habilidade política vai trabalhar para corrigir as falhas que se apresentaram”, justificou.

 Eleição de Cruzeiro do Sul
Existem muitas especulações de que Gladson poderia disputar a sucessão do atual prefeito de Cruzeiro do Sul, Wagner Sales (PMDB). Ele nega. “Não tenho nenhuma vontade de disputar a prefeitura de Cruzeiro do Sul. Vou disputar uma eleição de 2014 com toda a certeza. Nas eleições municipais vou coordenar o nosso partido para criarmos novas lideranças. Só há uma forma de crescer que é plantando agora para colhermos mais tarde. Essas histórias em relação à prefeitura de Cruzeiro do Sul são especulações pré-eleitorais naturais”, avaliou.

Bloco partidário no Congresso
Gladson revela qual será a sua postura de atuação parlamentar em Brasília. “Vamos ser aliados da Dilma Rousseff (PT). Mas defendi dentro do meu partido que fizéssemos um bloco com o PP, PR e PTB. Seria uma bancada com mais de 100 deputados federais e teríamos 15 senadores. A idéia foi bem avaliada e estamos negociando para que isso aconteça. Isso era para ter sido feito com o PMDB, mas o presidente peemedebista não deixou. Entrei com a sugestão de tirar o PMDB e permanecer os outros três”, contou.

Também a permanência do Ministério das Cidades nas hostes do PP é uma reivindicação que os deputados e senadores do partido estão trabalhando. “Graças ao ministro Márcio Fortes consegui muitos recursos suplementares para várias obras no Acre. Nós do PP estamos reivindicando a permanência com o Ministério das Cidades. É onde o PAC terá o maior número de obras que atenderão também cidades com menos de 40 mil habitantes que é o caso da maioria das cidades acrea-nas. Então, estão previstas ações de saneamento, drenagem, criação de redes de água potável, praças da juventude e habitação. Isso para o meu mandato será ótimo porque é justamente na linha que quero trabalhar. Os municípios que não foram contemplados no PAC 1 receberão mais recursos”, avisou.

Questão energética
Uma batalha constante de Gladson Cameli na Câmara Federal tem sido em relação aos problemas energéticos do Acre. O parlamentar promete que continuará se empenhando para ajudar a resolver o impasse. “Na quarta-feira tive outra audiência na Aneel e mostrei mais uma vez a realidade do sistema energético do Acre. Protestei e avisei que não vou ficar calado porque não posso aceitar aumentos como esse. Para se ter uma idéia o reajuste seria de 19%, mas conseguimos reduzir para 7%. Mas fica no ar a pergunta de que por que os acreanos têm que pagar uma energia tão cara e de péssima qualidade? Tivemos a garantia que haverá mais investimentos na troca de toda a rede de distribuição e os apagões não acontecerão mais com a concretização do Linhão”, explicou.

Participação do PP no governo Tião Viana
Uma das reclamações de Gladson no atual Governo do Estado é em relação a participação do seu partido. Ele acredita que essa situação deverá mudar nos próximos quatro anos. “O governador eleito pediu para indicarmos alguns nomes para assumir uma pasta de secretaria. Mas nós ainda vamos ter uma reunião interna do partido para definir essas questões. Vamos ter que ter espaço porque senão não teremos como dar satisfação aos nossos eleitores. Mas o Tião Viana já acenou com a possibilidade. Ele tem que fazer um governo mais político porque o recado das urnas já foi dado. E tenho certeza que vai fazer porque veio do parlamento e tem uma habilidade política admirável e fará uma grande gestão”, finalizou.

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