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No Acre, Antônia Lúcia diz que está sendo “perseguida”

A deputada federal eleita Antônia Lúcia (PSC) disse ontem que as acusações de crimes eleitorais contra ela são “intriga da oposição”. A empresária chegou ontem ao Acre depois que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedeu salvo-conduto que garantia que ela não seria presa ao desembarcar no Estado. Ela era procurada pela polícia por ter um mandato de prisão decretado pelo juiz Romário Divino Faria, da 10ª Zona Eleitoral.
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Antonia Lúcia falou ontem ao jornalista Alan Rick, do programa “Gazeta Entrevista”, da TV Gazeta. “Uma pessoa que já disputou 3 eleições conhece as suas obrigações, sabe o que é certo, correto. Também pela minha própria conduta eu jamais colocaria as minhas mãos em algo ilícito. São acusações le-vianas, fantasiosas, intriga da oposição”, disse ela. 

Ela estava acompanhada do advogado Valadares Neto. Para ele, a “decisão do juiz foi precipitada, equivocada, desarrazoada e não proporcional”. Na avaliação de Valadares isso ocorreu por falta de experiência do juiz na área eleitoral. “Tinham 8 pessoas nas mesma situação da deputada [não encontradas pelo oficial], mas o Ministério Público pediu a prisão somente da minha cliente”, critica ele.   

“O juiz poderia ter adotado outra medida, como fazer a citação por edital” O advogado disse não acreditar haver perseguição por parte da Justiça Eleitoral contra sua cliente. “Talvez o Poder Judiciário acreano seja um dos mais sérios do Brasil”. Procurado, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), afirmou, por meio de sua assessoria, que não poderia se posicionar por se tratar de uma decisão individual de um dos juízes.

Ainda de acordo com a assessoria, Romário Divino está em férias. Para o advogado, ocorreram precipitações para ligar crimes eleitorais à candidatura de Antônia Lúcia.
Questionado se usou de manobra para que Antônia Lúcia saísse do Acre por conta do mandato de prisão, Valadares disse que essa não faz parte de sua prática profissional. A deputada negou que tenha fornecido endereços fantasmas para não ser encontrada.

A missionária afirmou que desde o fim do primeiro turno estava em tratamento de saúde em Rio Branco fora do Estado, por isso não foi encontrada pelos oficiais de Justiça para ser notificada.

Segundo ela, a saúde foi afetada por estresse emocional por conta dos crimes que era acusada. A deputada eleita afirma ter passado por tratamentos em hospitais de São Paulo e Manaus. Mas até o final do segundo turno ela estava no Acre. A empresária foi um dos políticos acreanos que recepcionou o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, que veio ao Acre fazer campanha para o então presidenciável José Serra (PSDB).

A deputada eleita voltou a negar participação em crimes em que é acusada e, em alguns, sentenciada. Entre eles a distribuição de combustível, o uso de caixa dois para financiar a campanha e compra de voto.

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