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Acre terá apoio total do ministro da Saúde

Alexandre Padilha veio ontem diretamente da região serrana do Rio de Janeiro, que se encontra em estado de calamidade devido às inundações, para Rio Branco. Apenas 15 dias depois da sua posse no Ministério da Saúde, Padilha, já fez a sua primeira visita a um Estado da Amazônia. Médico infectologista, assim como o governador Tião Viana (PT) que o acompanhou, ele demonstrou conhecer profundamente os problemas de saúde pública da região. Inclusive, trouxe o seu assessor, Antonio Alves, que coordena uma secretaria responsável pela saúde indígena no Ministério.Ministro-dengue1

O ministro numa surpreendente informalidade discursou aos agentes de saúde para entusiasmá-los para o combate à dengue. Elogiou as transformações da saúde pública no Estado que disse acompanhar desde 1998. Padilha inaugurou o Hospital das Clínicas, depois visitou o Centro de Saúde Hidalgo de Lima e a UPA do Segundo Distrito, sempre destacando a questão dos riscos da dengue. Ele convocou médicos, enfermeiros, agentes, além de empresários religiosos, artistas, desportistas e a população a colaborarem com as medidas para conter a epidemia. Também garantiu que o Ministério da Saúde liberará os recursos necessários para ajudar a empreitada acreana contra a enfermidade.

O governador do Acre, Tião Viana, agradeceu ao ministro e destacou o seu esforço para ajudar o Estado. “Trata-se de uma visita com um grande simbolismo. Ontem o ministro estava no Rio de Janeiro doando sangue para as vítimas das enchentes e liberando recursos para as pes-soas que se encontram numa situação de tragédia. Hoje está no Acre um Estado pobre e dependente se aliando à nossa luta contra dengue. Além de estar liberando R$ 27 milhões para ajudar as populações indígenas. Atitudes como essas marcam as relações humanas e demonstram a sua responsabilidade política”, afirmou Tião Viana.

Liberação de recursos adicionais
Segundo Alexandre Padilha, 16 estados vivem uma situação de alto risco de epidemia da dengue. “Fiz questão de vir ao Acre e a Capital, que está em estado de alerta, porque já conheço as iniciativas do governador Tião Viana para reforçar a luta contra a doença e, sobretudo, a sua iniciativa de abrir novos centros de saúde. Viemos para reforçar o estado de alerta e para que a sociedade continue mobilizada. A estimativa de gastos dos centros de saúde, nos próximos quatro meses, em torno de R$ 5 milhões e 400 mil já está garantida, só falta saber qual será a fonte de recursos”, explicou.

O ministro também garantiu que a sua pasta irá finan-ciar os custos da mobilização. “Estou firmando um compromisso de que os custos adi-cionais que possam existir para uma rede de saúde mais próxima a casa das pessoas com a presença de médicos e enfermeiro será apoiada com a liberação de recursos. Também tive uma conversa com a direção da Funasa para agilizar as obras de saneamento dos municípios do Acre. Cobrar as prefeituras e o governo estadual para acelerar as obras que já começaram. Vamos fazer uma força tarefa para acelerar a execução dos recursos de mais R$ 26 milhões”, salientou.

Vacina e a erradicação da dengue
Por ser um problema que se repete todos os anos em vários centros urbanos do Brasil, Alexandre Padilha, confirmou haver um plano nacional de erradicação da doença. “Na terça-feira a presidente Dilma reuniu 13 ministérios para discutir essa situação. Só é possível controlar a dengue com investimentos multisetoriais nas áreas de saneamento, urbanização, ocupação do solo e previdência. Constituímos um grupo interministerial e temos uma série de ações que envolvem todas. Uma das questões é o índice de infestação nas cidades que será um indicador usado para a priorização da utilização dos recursos de saneamento”, declarou.

Outra alternativa de médio prazo será a descoberta de uma vacina contra a dengue.  “O Aedes aegypti está presente no dia-a-dia das pes-soas. É impressionante a sua capacidade de se adaptar a novas realidades. Nós continuaremos as ações de controle do mosquito aedes. Mas do ponto de vista da saúde existe a iniciativa de produzir uma vacina contra a dengue em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo. O Brasil está a frente em relação a outros países nessa parceria. Além de acompanhar as outras iniciativas em países distintos. Mas é uma solução a médio prazo e não podemos ficar aguardando isso se concretizar. Temos que agir agora. Não existe prazo preciso para a vacina que deverá demorar entre quatro a cinco anos”, finalizou.

Mais profissionais para a área da Saúde

Indagado sobre o quê o Ministério da Saúde pretende fazer nos próximos quatro anos para aumentar o número de médicos na Amazônia, Padilha, respondeu: “isso é uma prioridade da presidente Dilma (PT). É um dos grandes desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) garantir profissionais como médicos, enfermeiras e odontólogos nas regiões que mais precisam. Estou convencido de que existem muitas alternativas. Todas são viáveis.

Sei que o Governo do Acre acabou de contratar mais de 50 profissionais no ProSaúde, que poderá ser um mdelo para outros estados. Mas precisamos discutir as alternativas dos médicos que se formam no exterior e querem trabalhar no Brasil e de como poderemos acelerar a inserção desses profissionais na rede do SUS. Parcerias com as universidade para os serviços de saúde no interior do país. Parcerias com as Forças Armadas para ter a ampliação de profissionais na área da saúde que já foi aprovada no Congresso. Criar para as pessoas que têm acesso ao Pro-Uni ou ao crédito educativo um desconto no pagamento das suas dividas se forem servir no SUS”, destacou.

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