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Após negociação, índios libertam reféns da Casai

O chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Rio Purus Raimundo Alves Costa e outras 30 pessoas que estavam reféns no prédio da Casa de Apoio a Saúde do Índio (Casai) por conta de um protesto por melhorias na saúde indígena feito pelos índios contra o poder público, pôde ser libertado com o intermédio do Ministério Público Federal (MPF/AC) quinta-feira, dia 20, por volta das 19h.
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Uma comissão do Ministério Público Federal, formada pelos procuradores da República Paulo Henrique Ferreira Brito e Ricardo Gralha Massia, juntamente com o delegado da Polícia Federal, Richard Murad, esteve na Casai para intermediar as negociações visando a libertação dos reféns e a garantia da integridade física de todos. Durante a reunião as lideranças indígenas apresentaram aos procuradores e ao representante da PF sua pauta de reivindicações e as reclamações acerca das pendências na regularização do atendimento na Casa.

Manifestação semelhante a esta foi realizada no prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no final do ano passado. Na época ficou acordado na Justiça Federal que em 30 dias todos os problemas, principalmente os relacionados à saúde, seriam resolvidos. A pedido dos próprios índios, Maurílio Bonfim, então Chefe do Distrito Sanitário Especial, foi destituído do cargo dando lugar ao sanitarista Raimundo Costa.

O MPF tem acompanhado toda a problemática da Casa do Índio, buscando a solução extra-judicial. Na próxima semana acontecerá uma reunião com o secretário Nacional de Saúde Indígena e as demais autoridades envolvidas na questão. O encontro acontecerá na Biblioteca pública, na quarta-feira, dia 26. (Ascom MPF)

Secretário nacional de atenção à saúde indígena vem ao Acre
JORGE NATAL
O impasse entre índios e órgãos responsáveis pela atenção à saúde, cujo desfecho culminou com retenção do coordenador do Distrito Sanitário Indígena do Alto Purus, Raimundo Costa Chaves, e mais 31 servidores da Casa do Índio (Casai), pode chegar ao fim na próxima semana. De acordo com informações dos líderes do movimento, o secretário na-cional de Atenção à Saúde Indígena, Antônio Alves, confirmou sua chegada ao Acre na próxima quarta-feira. Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) estão mediando as negociações.

Cerca de 150 índios estão alojados na casa de passagem. Eles denunciam que vários já morreram aos cuidados das equipes de saúde do Governo do Estado. Acampados há mais de 80 dias em frente ao prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), os índios atribuem as mortes ao ‘descaso’ e às gestões de políticas públicas para o setor.

O estopim do amotinamento se deu depois das mortes das índias Maria Paula Machineri e Maria Tereza Camilo Huni Kui, ocorridas em menos de uma semana. A primeira, moradora no Rio Iaco, Aldeia Santa Rosa, município de Assis Brasil, teve a causa da morte desconhecida.

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