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Dengue tem segunda queda consecutiva, mas segue acima de 2 mil notificações

A soma dos esforços populares com a ampliação das ações públicas fez com que a dengue registrasse a sua segunda queda consecutiva na Capital. O resultado parcial quase fechado da semana passada (3ª no calendário epidemiológico: de 16 a 22 de janeiro) foi de 2.262 casos notificados junto à Vigilância Epidemiológica. Na 1ª semana do ano (2 a 8/1), Rio Branco contabilizou 2. 676 notificações. Na 2ª semana (9 a 15/1) foram 2.376 notas. Entre a 1ª e 2ª semana, a primeira baixa foi de 11,21% (300 casos). Já entre a 2ª e a semana passada, a redução foi de 4,8% (114). No total, o declive no ritmo da doença é de 15,47% (414).
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Com efeito, os números mostram que a epidemia está sendo arrefecida diante do esforço mais impactante que está sendo empreendido na prevenção. Desde que começou o ciclo atual de surtos (entre novembro e dezembro do ano passado), a cidade já vinha a mais de 7 semanas registrando só aumentos entre uma semana e outra. Houve até um boom com mais de 1.000 casos entre a última semana de 2010 e a 1ª deste ano. Desde que o governo e a prefeitura instalaram a mega operação Guerra Contra a Dengue, vieram as primeiras quedas.     

No entanto, tal redução não pode iludir os rio-branquenses quanto à situação ainda crítica da cidade. Afinal, só nas 3 primeiras semanas deste ano já foram 7.314 casos notificados com suspeitas de dengue, um valor que é 3,3 vezes maior do que no mesmo período de 2010, já representa 20% do ano passado inteiro (36,5 mil) e uma fatia de 2,183% de toda a população da Capital.

Por tal razão, a secretária municipal de saúde em exercício, Adriana Evangelista, afirma que esta é a hora – mais do que nunca – das pessoas reforçarem a atenção aos cuidados básicos para evitar a instalação do mosquito em suas casas ou nas áreas próximas. Outra recomendação enfatizada pela secretária é que os infectados busquem logo as unidades de saúde ao sinal dos primeiros sintomas da doença (dores de cabeça e no corpo, febre, etc).

De acordo com Adriana Evangelista, as quedas verificadas nestas 2 últimas semanas são relativamente pequenas. Assim sendo, não se pode assegurar, ainda, que se trata de uma tendência consistente. Segundo ela, para que as reduções concretizem uma melhora maior e mais duradoura, a população não pode se descuidar de se proteger contra a doença.

“As pessoas precisam entrar cada vez mais neste combate. Agora, estamos no auge da epidemia. O número de casos deveria estar saltando entre uma semana e outra. Ao invés disso, registramos quedas, o que prova que as ações estão funcionando. Mas, para que as coisas se mantenham assim, ou até melhorem, é preciso que a comunidade se mantenha alerta. Vigilante nos quintais e caixas d’água das suas casas. Até medos de março, a cidade ainda receberá muita chuva. Isto é, até lá viveremos sob altos riscos. Por isso, é preciso se envolver na luta para ir contendo o ritmo do mosquito”, comenta.

Entre as principais ações que estão sendo intensificadas pela mega operação do governo e prefeitura, ressalta-se a retirada de mais de 3t de lixo e entulho dos bairros com maior índice de infestação da doença; mais de 1.000 homens efetivos estão trabalhando no combate direto ao vetor em toda cidade; 5 postos de saúde tratam exclusivamente de casos de dengue (UPAs, o Barral, Hidalgo de Li-ma e Eduardo Assmar), entre uma série de outras medidas.

Vale destacar que os números de notificações foram atualizados até quarta, 26, portanto, estão sujeitos a sofrer alterações à medida que a vigilância recebe e descarte mais casos. Para denunciar situações de focos ou criadouros de larvas do Aedes aegiptys em terrenos baldios ou áreas públicas na sua vizinhança, o telefone da Ouvidoria de Rio Branco é 0800 647 1516. A Vigilância Epidemiológica também recebe sugestões que a ajudem a otimizar o seu combate à dengue, pelo número 3226-7850.

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UPA do Tucumã atinge recorde em notificações de suspeita de dengue
JORGE NATAL
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tucumã chegou à cifra de 875 casos de notificações suspeitas de dengue. O relatório foi fechado no dia 24 deste mês. Em média, 40 pessoas são notificadas diariamente, o que pode fechar o mês com o número recorde de 1.200 casos. 

De acordo com orientações do Ministério da Saúde, quando uma cidade atinge 1.000 casos por mês passa do estágio de surto para epidemia. “Estes dados são preocupantes. Apesar de serem apenas notificações (suspeitas), estamos em estado de alerta”, disse a diretora-geral da unidade, Rossana de Oliveira.

 A UPA recebe pacientes de toda a região do Primeiro Distrito, incluindo até dos municípios de Bujari e Sena Madureira. O abastecimento precário de água nas casas, na avaliação da enfermeira Valéria Costa, não é o fator determinante para alastramento da epidemia. “O problema maior é deixar os recipientes d’água sem tampas”, esclareceu.

Dados do Ministério da Saúde relevam que 16 estados apresentam risco alto de uma epidemia. O Acre, pelo terceiro ano consecutivo, enfrenta esse problema. Mais de 80% das notificações de dengue ocorreram na Capital, o que levou o governo e a prefeitura a declarar uma ‘guerra’ contra a doença.
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da doença.

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Prefeito convoca blitz contra a dengue em órgãos públicos
O prefeito em exercício de Rio Branco, Eduardo Farias, reuniu todos os secretários e principais diretores da Prefeitura para ampliar a mobilização de combate à dengue. A partir desta sexta-feira, 28, órgãos da administração direta e indireta, e seus agregados, devem realizar inspeções regulares em terrenos, equipamentos e obras, mantendo-os limpos e sem cria-douros do mosquito Aedes aegipty, o transmissor da dengue. “Temos uma mobilização que extrapola a Prefeitura”, disse Eduardo Farias, referindo-se ao envolvimento dos vários segmentos da sociedade (empresariado, igrejas, associações e demais movimentos sociais) no enfrentamento à doença.

No começo deste mês  foi lançada  a operação Guerra Contra a Dengue,  operação  que atua  de  forma integrada e simultânea entre  Prefeitura de Rio Branco, Ministério da Saúde e Governo do Estado, contando com o apoio do Exército Brasileiro, Federação das Indústrias  do Acre (Fieac) e Federação do Comércio do Acre (Fecomércio), entre outros.  A operação está  limpando, retirando lixos e entulhos de toda a cidade, com a total inspeção dos imóveis na capital pelos agentes de endemias. São mais de 900 trabalhadores dos vários órgãos públicos  e agentes comunitários de saúde.

Apesar de todos os esforços, integrantes da comunidade e  alguns gestores públicos ainda   não compreenderam a gravidade do problema e não seguem as recomendações  para  eliminação ao foco do mosquito Aedes aegipty, conforme se viu em matéria veiculada no Jornal Nacional de quarta-feira, que mostrou duas caixas  de água sem tampa  na Escola Infantil Maria Olívia, localizada próximo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tucumã.  “Não podemos permitir que falhas em órgão público comprometa o ânimo da mobilização”, disse Farias.

Varreduras em parques, praças, obras, unidades de saúde e vias públicas
O número de casos da doença vem caindo nestas três primeiras semanas de janeiro mas, conforme alertou a secretária interina de Saúde, Adriana Evangelista, a situação é grave e preocupante por conta especialmente dos fatores climáticos. As chuvas não tem caído na intensidade esperada para a época do ano, o que traz uma leitura cautelosa dos indicadores.

Com a varredura determinada por Eduardo Farias, os gestores estarão se mobilizando numa varredura em parques, obras, canteiros  de obras, unidades de saúde, jardins, praças, vias públicas e demais equipamentos vinculados à Pefeitura  para combater possíveis focos do vetor da dengue. (Ascom PMRB)

 

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