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Funcionários de empresa de prestação de serviços reivindicam pagamento de salários atrasados

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Funcionários de uma empresa de prestação de serviços se reuniram na manhã de ontem para reivindicar o pagamento de salários, décimo terceiro e rescisões atrasadas. Eles também reclamam de demissões arbitrárias e solicitam o desligamento formal da empresa. A maioria não recebeu o salário de dezembro ou décimo terceiro. Outros afirmam estar há 3 meses sem receber. Um grupo de 20 pessoas, que teria ido até a sede da empresa Visão Global em 4 de janeiro reivindicar tal pagamento, foi demitido em massa.

O proprietário da empresa Visão Global, Marcos Freire, nega que a demissão tenha ocorrido por este motivo e atribuiu os desligamentos à inadequação desses trabalhadores às normas da empresa e a faltas funcionais. Na segunda-feira, 17, cerca de 30 funcionários ficaram das 8 às 17h sem conseguir falar com nenhum representante da empresa.

Ontem, cerca de 50 deles tentaram mais uma vez. Foi o caso de Lucicleide Queiroz, uma das demitidas no início de janeiro. Contratada em junho do ano passado como auxiliar de serviços gerais não recebeu ainda o salário de dezembro e o 13º salário. “Só queríamos saber quando iam pagar o décimo e acabamos sendo demitidos. Eu já tinha ficado dois meses sem receber e muitas vezes eles pagavam com mais de 15 dias de atraso”, conta. Maria José Lima também passou situação idêntica. “Nós só viemos na segunda aqui porque disseram que seria nesse dia que iríamos receber. Ficamos de 8 da manhã até cinco da tarde e nada. Os vizinhos é que deram comida pra gente. Todo mundo está sem dinheiro aqui”, diz.

A empresa Visão Global tem 500 funcionários em todo o Estado, segundo informações do proprietário Marcos Freire. Deste total, 80 estão a serviço da Polícia Civil e trabalha como atendente nas delegacias de todas as regionais. Estes também estão com problemas de pagamento de salários. Uma servidora que preferiu não se identificar disse que esses trabalhadores não estão faltando ao serviço e que aproveitam as folgas dos plantões para ir até lá para obter informações sobre o pagamento. Até agora não houve paralisação dos terceirizados da Polícia Civil. O caso de Marcos Vinícius Lima é mais delicado. Ele pediu afastamento no dia 31 de dezembro porque foi chamado para assumir vaga depois de aprovado em concurso público. No dia 3 de dezembro foi até a empresa tentar formalizar o pedido de demissão, mas não conseguiu falar com ninguém. Agora está sendo acusado de ter “sumido” da empresa. “Isso é um absurdo. Eu venho aqui há dias e não consigo quem me receba e resolva minha situação. Eu simplesmente não consigo me desligar dessa empresa”, desabafa.

Enquanto a reportagem de A GAZETA permaneceu no local, o proprietário recebeu alguns funcionários e conversou com eles individualmente ou com pequenos grupos de quatro ou cinco. Os acordos não estão sendo revelados. O grupo que se manteve fora da empresa não quis negociar. O empresário afirmou que irá liquidar as dívidas com parte dos funcioná-rios até a próxima sexta-feira.

“Estamos regularizando a situação de todos, mas eles têm que entender que a carga tributária para empresas como a nossa é alta. A gente não quer ficar com nada de ninguém”.

 

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