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Governo e município declaram guerra total contra a dengue

O governador Tião Viana abriu a sua administração na manhã de ontem (3), às 8h, na frente do Palácio Rio Branco, reunindo seus parceiros para deflagrar a operação Guerra Contra a Dengue. A iniciativa visa marcar um novo momento de mobilização e efetividade nas ações públicas de combate à doença. A mega operação agirá prioritariamente na limpeza pública de 100% das casas da cidade (prevenção) e na ampliação do aparato assistencial que é destinado às vítimas da dengue. A meta principal é frear o ritmo da nova epidemia.
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Para tanto, o Governo do Estado contará com o apoio vital da Prefeitura de Rio Branco, do Ministério da Saúde, do Exército (pelo 7º BEC e 4º BIS), do Corpo de Bombeiros, da Fieac, da iniciativa privada (empresas, organizações, etc) e da comunidade (lideranças de bairros, asso-ciações e sindicatos). A operação foi escolhida como o 1º ato governamental devido à situação crítica que a Capital viveu em 2010. De fato, foram quase 36 mil casos  notificados (média de 1,2 mil/semana, em dezembro) e 7 mortes por dengue.   

Além disso, 6,46% das casas da cidade alojam focos do mosquito da doença (o aceitável pelo MS é 1%), o que representa altos riscos neste novo ano. Diante de tal conjuntura, o governador Tião Via-na ressaltou que é necessário estreitar cada vez mais a união entre o poder público e a so-ciedade rio-branquense para intensificar o combate à dengue. Nesse sentido, ele conta que a operação Guerra Contra a Dengue terá uma equipe de 991 efetivos, atuando a fim de eliminar o vetor e acrescerá mais de R$ 1 milhão de investimentos nesta luta. 

“A operação será um conjunto de novas ações desenvolvidas para mobilizar todos os nossos aliados nesta guerra. Com ela, atacaremos diretamente os focos nos quintais e entornos de todas as casas da cidade, num forte mutirão de limpeza pública. Além disso, focaremos a melhoria do atendimento aos doentes e descentralizaremos a demanda nas UPAs. Para isso, contratamos mais 36 médicos para especializar 3 centros de saúde no tratamento da dengue (Hidalgo de Lima, São Francisco e Eduardo Assmar). Destinamos 60 leitos e já reduzimos o exame da doença de 8 para 2h neles”, destacou Tião Viana.

Os centros também já foram equipados para funcionar com laboratórios para identificar a doença e organograma de profissionais bem definido para não deixar pa-cientes sem atendimento. A exemplo das UPAs, eles funcionarão com atendimento estendido, das 7h da manhã até 22h da noite.   

Ainda conforme o novo governador, o motivo de tamanha preocupação é porque se trata de uma doença mortal. Portanto, a alma da operação é manter a população em alerta, lhe lembrando sempre do quanto é importante integrá-la neste trabalho com orientação. “A dengue é um mal que mata sim. Por isso, devemos agir de maneira simultânea, em todos os sentidos e contando com a ajuda de todos para vencê-la”, complementou ele.

Quem também insistiu no campo da mobilização social foi prefeito Raimundo Angelim. Segundo ele, a operação Guerra Contra a Dengue marca um passo revolucionário para as ações que a prefeitura já vinha desenvolvendo há anos nesta luta. No entanto, todo este aparato ampliado só trará algum resultado mais efetivo se tiver por trás o apoio popular.

“A prefeitura já atua contra a dengue há anos, seja mobilizando as escolas, contratando os agentes de endemias e fazendo limpeza pública. Agora, com este novo envolvimento do governo, nosso esforço será marcado por um mutirão bem maior, num tempo mais hábil de ação. Através da operação, será possível liquidar o alto volume de entulhos da nossa cidade, catar mais lixos, vedar mais caixas d’água (36 mil capas serão instaladas), roçar e capinar mais áreas, além de reunir uma fatia maior da população”, comenta o prefeito.

Para finalizar, a nova secretária estadual de Saúde, Suely Melo, enfatizou alguns dos maiores cuidados que impedem à instalação do mosquito transmissor na sua vizinhança.

Eles são: deixar caixas d’águas sempre tampadas, manter o quintal de casa livre de lixos e/ou entulhos, não deixar recipientes que possam acumular água expostos (vasos, pneus, enfeites de jardim, garrafas pet, etc), reportar à prefeitura locais onde possam estar se formando focos no bairro, alertar o vizinho com estas informações e realizar vistorias periódicas para checar se tais cuidados são mantidos dentro do seu próprio lar.

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Atendimentos mais rápidos à população
Após o anúncio da operação Guerra Contra a Dengue, no palácio, o novo governador foi com sua equipe até o Hospital das Clínicas do Acre (antiga Fundhacre) para verificar o andamento de algumas das novas medidas adotadas para as unidades de Saúde. O objetivo delas é de garantir um funcionamento mais ágil e funcional para o acesso da população ao sistema público de saúde, não só para os enfermos da dengue como também para a identificação e tratamento de outras doenças.
Entre algumas destas novas diretrizes, as unidades devem atender com mais médicos e enfermeiros de plantão, atendimentos mais ágeis e no mesmo dia (a meta é de evitar o agendamento de consultas de longas datas), maior acervo de serviços para os exames (a fim de evitar encaminhamentos a outros centros), entre outros atos. O salto da qualidade entre estas unidades de Saúde será umas das maiores metas iniciais de Tião Viana.

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A estrutura da operação Guerra Contra a Dengue       
Dentre a equipe de 991 ‘soldados da dengue’, 200 são agentes de endemias, 400 agentes comunitários de saúde, 243 profissionais dos serviços de limpeza pública, 70 garis, 42 aplicadores de fumacê e 36 soldados do Exército. Das novas máquinas e equipamentos, serão mais de 150, das quais 65 são caçambas, 13 caminhões, 13 retro escavadeiras, 13 pás carregadeiras, 7 veículos acoplados com motores para liberar o fumacê (UBV) e 40 são motores portáteis do inseticida (que serve para matar o vetor na fase adulta).

Como o propósito da empreitada é de seguir em plena execução enquanto persistir alta a incidência de casos de dengue, cada vez mais o governo e seus aliados devem incorporar mais e mais esforços humanos, estratégias inovadoras (como as telas nas caixas d’água, que já foram destaques até no Jornal Nacional/Globo) e novos equipamentos à ‘guerra’. Segundo o governador Tião Viana, a meta é de estipular orçamentos periódicos na faixa de R$ 1 mi para manter a operação intensa pelo menos nestes meses de maiores riscos.

Citando exemplos para tal incremento gradativo, a própria prefeitura estuda aumentar o seu quadro de agentes de endemias de 200 para o total de 350 até fevereiro, assim como também faz análises para a compra de mais capas para caixas d’água ao seu estoque.     

Para colocar tudo isso em campo junto com a estrutura que já era usada anteriormente, o diretor do Departamento Municipal de Vigilância Epidemiológica, Janilson Lopes Leite, detalha que a operação Guerra Contra Dengue traçou uma divisão de 13 extratos (áreas) contendo um apanhado estratégico de vários bairros da cidade para voltar as suas ações.

Estas áreas são: 1- Vila Acre; 2 – Taquari; 3 – Seis de Agosto; 4 – Cadeia Velha; 5 – Baixa da Cohab; 6 – Bairro Vitória, Chico Mendes e Eldorado; 7 – Jorge Lavocat; 8 – Rui Lino; 9 – Manoel Julião; 10 – Volta Seca; 11 – Sobral; 12 – Calafate; e 13 – João Eduardo. Cada aglomerado deve ser visitado rotineiramente pelos quase mil ‘soldados da dengue’.     

“A partir desta nova mega estrutura, é dado um passo gigantesco às nossas ações contra a dengue. Esta nova fase será marcada pelo fortalecimento a nossos planejamentos para efetivar de vez o foco em dois sentidos. O primeiro é o da prevenção e o segundo é o da assistência médica. Com o fundamento nestes 2 alicerces sólidos, a expectativa é de que consigamos liquidar criadouros e, enfim, tenhamos uma queda relevante nos casos de dengue atuais. Com isso, certamente a população será a maior beneficiada”, completa.

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Fieac também participa da ‘Guerra Contra a Dengue’
Uma verdadeira frente de batalha foi montada em frente ao Palácio Rio Branco, na manhã de ontem, 3 de janeiro. Aliado à Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), comunidade, e prefeitura, o governador Tião Viana deu início a sua gestão com a operação “Guerra contra a dengue”. Aproximadamente 100 máquinas, 800 agentes de saúde, soldados da Polícia Militar e Exército estão também envolvidos na ação. Serão investidos R$ 1 milhão por mês para o combate à doença.

O presidente da Fieac, João Francisco Salomão, juntamente com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-AC), Carlos Sasai, e demais empresários do setor indus-trial participaram da solenidade que deu início à operação de guerra contra o mosquito aedes aegypti. Segundo Salomão, a participação do setor privado demonstra que todos têm que estar conscientes de seus deveres como cidadãos.

Até o momento, segundo informou o próprio governador, o Acre já contabiliza quase 40 mil casos da doença, contra 19 mil no início de 2010.

“A dengue é uma doença que atinge todas as classes sociais e pessoas de todas as idades. Com isso, temos também uma perda significativa de força de trabalho. As empresas perdem produtividade. A Fieac entra nessa luta, temos que nos mobilizar e fazer a nossa parte”, afirmou o presidente.

De acordo com Tião Viana, de nada adianta todo este esforço se a comunidade não colaborar e insistir em fazer vista grossa quanto ao próprio quintal. “As pessoas têm que se conscientizar de que a culpa é do quintal. Muitos agentes reclamam da dificuldade que encontram em algumas casas onde os moradores impedem a entrada deles alegando que aquele quintal é bem cuidado, quando não é bem assim”, disse ele. (Ascom Fieac)

 

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