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Hidrelétricas no Peru causarão impactos em terras Ashaninkas

A construção de 5 usinas hidrelétricas na Amazônia peruana causará impactos diretos em ao menos 18 comunidades indígenas dos ashaninkas, que se espalham entre os territórios do Peru e do Brasil, precisamente no Acre. Construída pela Odebrecht, a Usina de Paquitzapango, no Rio Ene, faz parte de acordo energético firmado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega Alan Garcia.

Além das áreas dos ashaninkas, outras 33 comunidades não indígenas também podem ficar submersas por conta dos desvios e represas construídas  pelas empreiteiras. Cerca de 1,5 milhão de hectares da Floresta Amazônica serão impactados pelas obras, afetando diretamente toda a biodiversidade.

Os dados fazem parte de um estudo elaborado por um peruano chamado, coincidentemente, José Serra. Ao todo a construção das 5 usinas terá um custo de US$ 15 bilhões (R$ 24 bilhões). Outra referência ao Acre, na análise de Serra, é sobre os impactos que a construção da Estrada do Pacífico provocou na parte amazônica da rodovia, colocando em risco o já fragilizado equilíbrio do ecossistema.

De acordo com o estudo de Serra, 1,446,00 hectares de floresta hoje intacta desaparecerão nos próximos 20 anos como consequência da construção das usinas. Além das eclusas e barragens, as estradas que darão acesso a elas também provocarão destruição ambiental.

Entre os impactos ocasionados pela obra está a imigração de espécies de peixes para outras regiões, comprometendo a renda de comunidades que atualmente têm na pesca a principal fonte de sobrevivência. Serra diz que é insustentável chamar os empreendimentos de ‘energia limpa’, ante os danos que causarão na floresta peruana.

As usinas vão ter capacidade de gerar, juntas, 7.200 MW. Para especialistas, as hidrelétricas são desnecessárias já que o Peru não chega a consumir toda a energia produzida atualmente. O Brasil será o grande beneficiado por essa ‘sobra’, já que linhas de transmissão que passarão pelo Acre vão ser construídas para atender a demanda energética do país.        

 

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