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Mesmo com mega operação, dengue fecha primeira semana do ano com mais de 2,1 mil casos

Parece que nada – além de uma mobilização histórica da população de Rio Branco – será capaz de conter a sede do mosquito Aedes aegypti. Apesar da mega operação ‘Guerra Contra a Dengue’, deflagrada na segunda retrasada, 3, pelo governo, prefeitura e parceiros, a nova epidemia segue num ritmo incontrolável. Na semana passada, a 1ª deste ano (de 2 a 8 de janeiro), a doença provocou 2.117 notificações suspeitas de vítimas na Capital.
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Trata-se de um dos maiores valores já registrados em uma só semana, pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica municipal (Dvea), nos últimos anos. Acima até do valor mais grave atingido pela epidemia passada – 2.005 casos, na 1ª semana de fevereiro. 

Também é o maior surto entre uma semana e outra desde dezembro, quando teve início este novo ciclo epidemiológico em estágio crítico na cidade. De fato, a média semanal de crescimento da doença durante o mês passado era de 141,5 casos notificados a mais a cada nova semana. Entre a última semana de 2010 (que teve 1.412 notas) e a 1ª de 2011 (2.117 notas), a diferença foi de 705 registros, isto é, 563,5 acima da antiga média.

Em comparação com as primeiras semanas do ano passado, os números são superiores tanto nas médias, quanto nos valores. Na 1ª semana de 2011, os registros são quase 4 vezes maiores do que a 1ª semana de 2010 (545 notificações. No ano todo, foram 36,5 mil). Nas médias, 2010 começou longe do status de epidemia, ainda alternando altos e baixos a cada semana. Por isso, é difícil compará-lo a 2011, que só teve altas até agora.

Apesar deste mais recente boom ser referente à semana que abriu a Guerra Contra a Dengue, não dá para afirmar, ainda, se a operação está surtindo (ou não) efeitos contra a epidemia. É importante destacar que a dengue é uma doença que exige contra-medidas incessantes em vários pontos, e durante longos perío-dos, para ser contida. Como a operação é centrada na melhoria da assistência médica e na ampliação dos cuidados de prevenção, os efeitos das ações nos números epidemio-lógicos não devem ficar explícitos tão imediatamente.

Neste momento, a grande preocupação é que a epidemia siga se alastrando no mesmo pique até o final deste mês e início de fevereiro, quando deve entrar na sua fase de clímax (ou seja, quando o ciclo do mosquito é maior). A meta da mega operação pública é evitar que a dengue chegue a vitimar mais de 3 mil pessoas/semana, sem casos fatais. De resultados, o mutirão da limpeza pública já recolheu mais de 1.000 tonelatadas de entulhos e lixos da cidade.

Na Saúde, as unidades reduziram a demora de atendimentos e da fila para exames, com mais de 35 novos médicos e 3 unidades especializadas. Inclusive, o ‘desafogamento’ e a extensão das unidades podem ser fatores que contribuem para a alta nas notificações do Dvea, já que as notas representam – mais – pessoas que buscam a rede com suspeitas da doença.   

 

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