Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Movimento de Mulheres Camponesas estende ações para seis municípios

Articulado no Acre desde 2003, o Movimento de Mulheres Camponesas começa um novo processo ao buscar o fortalecimento do trabalho de base no avanço a seis municípios do Estado. O objetivo é preparar as mulheres trabalhadoras rurais para estarem inseridas no bloco de notas, uma espécie de agenda que estabelecerá as políticas públicas para o setor. Entre elas, destacam-se a luta pelo direito ao documento legítimo que comprove a atividade rural da mulher e o requerimento de benefícios e direitos legais garantidos aos demais trabalhadores.

O trabalho de base com os encontros municipais será iniciado por Plácido de Castro (29/01 na AC-40), Rio Branco, Bujari, Senador Guiomard, Capixaba (20/02) e Epitaciolândia. A meta é alcançar em torno de 500 mulheres nestes municípios. Até o fim de fevereiro, será feito um levantamento para identificar quais as políticas públicas que estas mulheres  têm direito, quais estão sendo realmente aplicadas e quais existem só no papel.

A coordenadora do Movimento de Mulheres Camponesas, Angelina Carvalho, informa que o direito aos benefícios sociais ainda são a grande falha do sistema brasileiro.

As trabalhadoras rurais assumem jornadas duplas como donas-de-casa e agricultoras. “O homem trabalha na lavoura e se dá o direito de chegar em casa e descansar. Essa mulher, além de ajudar na agricultura, cuida da casa, dos filhos e ainda fica responsável pela criação de pequenos animais, por exemplo. Nós, ruralistas, não somos donas-de-casa. Somos trabalhadoras rurais. E isso não é considerado nem na família e nem na sociedade”, diz a coordenadora. 

Mulheres trabalhadoras rurais têm grande dificuldade de acessar benefícios de aposentadoria, licença-maternidade ou auxílio-doença. Isso porque, na maioria das vezes, não conseguem comprovar que participaram da atividade, ou não têm como comprovar renda, já que a produção é vendida normalmente, em nome de seus companheiros. “A participação no lucro é indireta e vem no nome do marido”, lembra Angelina.

Um seminário está previsto para ser realizado em março deste ano, durante o qual serão abordadas estas questões e as características da cadeia produtiva do Estado.

O Movimento de Mulheres Camponesas se fortaleceu em 2010, com apoio do gabinete do senador Tião Viana, a parceria das Assessorias da Mulher municipal e estadual e Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).

Sair da versão mobile