Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Presidente da Aphac esclarece as polêmicas sobre remédios para portadores de hepatite

O presidente da Associação dos Portadores de Hepatites do Acre (Aphac), Heitor Junior, esclareceu algumas polêmicas envolvidas nas questões dos remédios para a negativação das hepatites B (D) e C. Conforme notícias que vêm sendo divulgadas a nível nacional nas últimas semanas, os medicamentos para tratar de portadores do tipo B (D no estágio mais avançado) estariam em falta. Já para o remédio ao tipo C, a mídia diz que o Ministério da Saúde pretende interromper a compra de um dos dois tipos de Interferom, na rede pública.

A primeira onda noticiosa começou a circular em novembro, alertando que laboratórios de todo país estariam sem um dos remédios para  hepatite B (D). De acordo com Heitor Junior, tal informação tem uma base de veracidade, mas não é totalmente verdadeira. O medicamento em questão chama-se Entecavir. Com a chegada no mercado brasileiro de outro remédio comprovadamente mais eficaz na negativação dos portadores da hepatite B, o Tenofovir, ainda no fim de 2009, a produção nacional do Entecavir ficou abalada.

O Tenofovir tomou conta do mercado. Entretanto, Heitor Junior conta que ele não mostrou bons resultados no tratamento de uma pequena parcela de portadores da hepatite B (D), com quadros cirróticos, diabéticos e crônicos renais. Ou seja: o Entecavir ainda é o mais eficiente para estes tratamentos. Assim, o Ministério da Saúde pediu a volta imediata da produção do Entecavir, para garantir a melhor terapia aos portadores crônicos.

A partir ou do final deste mês ou do início de fevereiro, a escassez do remédio já deve ser normatizada em todo Brasil. Ainda assim, o presidente da Aphac conta que o Acre não sofreu com a carência mercadológica do Entecavir, já que o remédio foi estocado pelo centro estadual responsável em distribuir os remédios do MS, o Creme. “Hoje, o Acre tem o maior índice de portadores de hepatites por 100 mil habitantes do país. Portanto, tomamos todos os cuidados para não ficar sem os remédios que tratam da doença”, prega.

Caso Interferom – A segunda avalanche de notícias dos remédios contra hepatites teve início nas últimas semanas, revelando que o Ministério da Saúde planeja parar de comprar um dos dois tipos de Interferom (negativador do tipo C) para economizar custos. Inclusive, algumas ONGs nacionais visam até ajuizar ação no MPF contra tais intenções do MS.

De acordo com Heitor Ju-nior, estão criando um mito desnecessário em torno da questão, tentando se denegrir a real intenção do MS. Atualmente, é disponibilizado dois tipos de Interferom na rede pública de Saúde: o Alfa-2a Pegasys (da marca Roche, que requer 3 vezes de uso por semana) e o Alba-2b, Peg-Intron (da Merck Sharp & Dohme, de uso só 1 vez por semana). Segundo Heitor, o que o MS pretende é constatar (ou não) se o Peg-Intron é mais efetivo e traz menos efeitos colaterais para facilitar a vida dos doentes do tipo C (que é a hepatite mais comum e já afeta hoje mais de 4,1 milhões de brasileiros).

“O que o Ministério da Saúde está fazendo são estudos, consultas com bases científicas, apenas para verificar o que seria melhor para o tratamento dos portadores de hepatite C. Portanto, ainda não há nada definido quanto a esta suspensão do Interferom. É preciso esperar para ver o que estes estudos irão apontar, dando a devida confiança a respeito ao ministério, que trata a hepatite como uma de suas grandes prioridades”, finaliza Heitor.

Sair da versão mobile