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Secretário Nacional ouve reivindicações dos índios acreanos

“Diálogo, sempre com diálogo”. São com estas palavras que o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, define toda e qualquer relação de crise e resolução de problemas com os povos indígenas. Ele se reuniu ontem (26) com líderes do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia. Na ocasião, o secretário entregou carros e equipamentos na sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
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Ele chegou ao Acre em meio a um impasse. Na semana passada, cerca de 100 ín-dios fecharam a Casa de Apoio à Saúde do Índio (Casai) e fizeram 30 funcionários reféns, dentre eles o chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Rio Purus, Raimundo Alves Costa. O protesto reivindicava por melhorias na atenção à saúde indígena. Os índios estão acampados há mais de 80 dias em frente ao prédio da Funasa.

“Resolveremos os problema da região no diálogo com os povos indígenas. Esse é o nosso objetivo. A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) assume todas as pendências no tocante à saúde indígena, sempre a partir da conversa franca e fortalecendo o controle social”, disse Alves.

Indagado sobre as denúncias de desvios dos recursos nos pólos básicos (municí-pios), ele esclarece que os recursos destinados à saúde indígena – parte de um subsistema do Sistema Único de Saúde (SUS) – responsável pelo atendimento inicial, serão agora gerenciados diretamente pela Sesai/DSEI. “As prefeitura serão apenas parceiras complementares”, assegurou o secretário, para quem acredita que a encampação evitará “ingerências”.

Quanto às demais reivindicações, o chefe do DSEI na região disse que serão todas atendidas, à exceção dos casos clínicos de alta e média complexidade. “Melhorando as condições de trabalho e atendimento, nas aldeias e municípios, com certeza vai diminuir demanda na Casai”, assegura Costa. Para ele, o controle social, exercido através dos conselhos gestores, também ajudará a consolidar ‘uma nova prática gestora’.

“Equipamentos apenas amenizam os problemas”, diz presidente do Condisi
O novo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Alto Purus (Condisi), Gerson Manchineri, agradeceu a entrega dos equipamentos, mas fez ressalvas quanto à solução dos problemas. “Equipamentos e materiais serão sempre bem-vindos, mesmo que só amenizem a grave situação de saúde dos povos indígenas”, observa.

Dentre as reivindicações citadas por Manchineri estão a contratação médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos em enfermagem e odontólogos. Ele também quer mais rapidez na expedição de exames laboratoriais, ainda na sede dos municípios. “Se resolvermos o atendimento na ‘ponta’, ou seja, onde o índio se encontra, ele não vai precisar vir para Rio Branco ou a outras cidades”, sugere o líder indígena.

A Sesai/DSEI entregou 10 carros, vários motores para embarcações, dentre outros equipamentos. A ação contemplou os municípios acrea-nos de Sena Madureira, Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus, Assis Brasil, e os do Amazonas, Boca do Acre e Pauiní que contam com uma população formada pelos ín-dios Jamamadís e Apurinãs. O noroeste de Rondônia possui apenas a etnia Kaxarari.

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