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Um em cada três cursos superiores do país é de baixa qualidade

Quase 34% dos cursos superior avaliados em 2009 pelo Ministério da Educação (MEC) obtiveram resultado insatisfatório. Ao todo, 1.696 graduações tiveram nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), em uma escala de 1 a 5. O indicador avalia a qualidade do ensino oferecido a partir da nota obtida pelos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a titulação e o regime de trabalho do corpo docente e a infraestrutura oferecida. Os resultados 1 e 2 são considerados insatisfatórios; 3, razoável; e 4 e 5, bons.

Em 2009 foram avaliadas 6.804 graduações em administração, arquivologia, biblioteconomia, ciências contábeis, economia, comunicação social, design, direito, estatística, música, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teatro e turismo, e os cursos superiores de tecnologia em design de moda, gastronomia, gestão de recursos humanos, gestão de turismo, gestão financeira, marketing e processos gerenciais.

A maioria dos cursos (51,47%) foi considerada razoável – obteve nota 3. Apenas 15% atingiram CPC 4 e 5. Dentro do processo de regulação, todos os cursos com nota inferior a 3 serão visitados por comissões de supervisão do MEC. A partir do diagnóstico, pode ser firmando um protocolo de compromissos com medidas para sanar as deficiências como redução das vagas e proibição de novos ingressos.

Pouco mais de 1,8 mil cursos ficaram sem conceito. Isso ocorre quando a amostra de alunos participantes das avaliações que compõem o CPC é considerada insuficiente.

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Matrículas nas universidades públicas caíram 2% em 2009, mostra Censo da Educação Superior

 As matrículas nas universidades públicas caíram 2% de 2008 para 2009, passando de 1.552.953 para 1.523.864. É o que apontam os dados do Censo da Educação Superior de 2009, divulgado hoje (13) pelo Ministério da Educação (MEC). Os números mostram um total de 5, 9 milhões de matrículas no ensino superior (público e privado) no país – 2,5% a mais do que no ano anterior.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, essa queda tem ligação com uma mudança metodológica do censo, que tornou os resultados mais precisos. “É preciso verificar universidade por universidade. Havia uma inflação de matrículas. Detectamos várias universidades que informavam no censo alunos que tinham trancado matrícula ou já tinham deixado a instituição”, justificou.

A queda no número de estudantes nas instituições públicas se deu essencialmente nas universidades estaduais e municipais. Haddad ressaltou que o fechamento da Fundação Universidade do Tocantins (Untins), instituição que pertencia ao sistema estadual, com 75 mil alunos, também teve impacto nessa redução, assim como a migração de algumas universidades estaduais de Minas Gerais para o sistema privado.

Nas federais, entretanto, houve um crescimento de 20% no total de matrículas de 2008 para 2009. Nos estabelecimentos privados, o aumento foi de 4%.

A maioria (63,8%) das instituições de ensino superior (IES) do país é de pequeno porte, com até mil alunos matriculados. Os dados mostram que há uma grande concentração de matrículas em poucos estabelecimentos de ensino: 1.171 IES – 5,1% do total – detêm 48,9% dos alunos.

Em 2009, o Brasil tinha 2.314 instituições de ensino superior, sendo 89,4% privadas e 10,6% públicas. Esse total é 2% superior ao verificado em 2008. O crescimento foi maior no setor público (3,8%) do que no privado (2,6%).  (Agência Brasil)

 

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