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A quem interessa enfraquecer os petistas do Acre?

DSC05052-1Usando setores da imprensa nacional, o Ministério Público Federal voltou a ligar as baterias aéreas e jurídicas contra lideranças petista do Acre, como o senador Jorge Viana e o ex-governador Binho Marques. Os procuradores da República encontraram espaço na mídia para reabastecer o noticiário com a história da compra do helicóptero pelo Governo do Estado.

A denúncia é que o governo acreano favoreceu a Helibras para adquirir a aeronave. A investigação é legítima. O que não é legitima é a condenação sem julgamento.

Essa história do helicóptero precisa de exemplos. Toda a frota do governo de São Paulo (mais de 20) foi adquirida na Helibras. A Helibras tem o governo de Minas Gerais como um dos principais acionistas. 25% das ações pertencem aos mineiros.

São Paulo e Minas Gerais são administrados pelos tucanos. O PSDB caminha para 20 anos no poder do maior Estado do Brasil.

Toda essa implicância com o helicóptero começou quando os procuradores exigiram a retirada da estrela vermelha que adorna a aeronave. O então governador Binho Marques se negou a seguir a recomendação.

Agiu certo. A estrela está na bandeira do Acre criada pelo espanhol Luiz Galvez. É um símbolo de todos os acreanos e não de uma sigla partidária, como querem supor os membros do parquet federal.

É um direito dos procuradores querer explicação sobre a boa aplicação dos recursos públicos. Essa é uma das suas principais atribuições constitucionais.
Atribuição constitucional à parte, não dá para deixar de estranhar a sucessão de ações contra os petistas acreanos. Fica a impressão de que essas movimentações viraram também uma questão de cunho pessoal.

Os políticos-alvos cometeram erros como qualquer ser humano. É normal que haja muita gente que discorde das suas posições. Isso faz parte da democracia. São seres humanos como qualquer outro. Cometem erros e acertos.

O que não se pode negar é que essa turma simboliza a mudança positiva operada no Acre nos últimos 12 anos. Sob o comando desse grupo político o Acre saiu da ilegalidade. Deixou de ser manchetes nas páginas policiais para ser destaque como um Estado que faz a boa política com respeito à natureza e ao erário.

É um pessoal que fez uma limpeza no Estado, contribuindo para resgatar a autoestima do povo acreano. Isso jamais pode ser desconsiderado. O escriba pode estar errado, mas há outras coisas bem mais complexas por trás de toda a história.

Parece que estão querendo jogar os petistas acreanos na vala comum dos políticos, para passar à população local, nacional e mundial que eles são iguais aos outros. Igualando-os ficará mais fácil atingi-los porque não terão mais o escudo sagrado da proteção popular, da ética e da moralidade.
Resta saber até que ponto isso vai ajudar ao Acre.

Foi por mostrar ao país políticos do quilate do Jorge Viana, Marina Silva, Binho Marques e Tião Viana que as portas se abriram para o nosso Estado. Se pessoas como essas forem igualadas ao que há de pior na política nacional as portas podem se fechar. É certo como dois mais dois são quatro.

O Ministério Público Federal é fundamental como guardião da legalidade, mas também erra. Em meados da década de 1990, chegou ao Acre o procurador da República Luiz Francisco de Souza Fernandes. Foi fundamental para trazer o Estado à legalidade, quando enfrentou o crime organizado.

Luiz Francisco não teve o mesmo desempenho quando fez acusações infundadas contra o hoje vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge Caldeira. Foi comprovado que o procurador não estava certo e que fez o uso da imprensa para difundir as suas acusações. Foi punido por isso.
Eduardo Jorge, aliás, escreveu o seguinte no livro “Era dos Escândalos”, de Mário Rosa:

“A lógica dos justiceiros, que inicialmente ganham simpatia popular, é executar a tarefa de “limpar a sociedade”, é a mesma que faz representantes da imprensa e do Ministério Público deferirem golpes mortais na honra de um suspeito – ou melhor, daqueles a quem consideram suspeitos – antes que o devido processo legal ou mínino de evidências o tenha incriminado”.
* Leonildo Rosas é jornalista.

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