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Agressão moral ao trabalhador riobranquense

*Victor Alab

 
       Uma ofensa a dignidade do trabalhador, é assim que eu resumo toda a indignação frente a esta proposta de aumento (absurdo, abusivo e imoral) da tarifa de passagem de ônibus urbano na capital acriana.

       Este fato é apenas um estopim para uma serie de agressões que o cidadão e trabalhador riobranquense sofre diariamente nos transportes coletivos da capital. Onibus trafegando com super lotação em horários de pico, ônibus com péssimas condições de uso e de conforto para os usuários, em que não há assentos suficientes para todos os usuários que possuem por lei assentos reservados,  ineficiente capacidade de ventilação no interior dos ônibus, seja em dias de sol ou de chuva as condições internas dos passageiros são degradantes, sem levarmos em consideração que em alguns casos os passageiros ainda são obrigados a suportar a ignorância dos motoristas e cobradores de ônibus que não toleram o minimo de tempo para que os passageiros possam descer da lotação com segurança e tranquilidade, visto que muitos dos usuários são idosos e adultos com crianças de colo, enfim são inúmeras situações que vivenciamos no dia a dia que só fazem potencializar a revolta diante a proposta de aumento do preço da passagem de ônibus.

       O trabalhador na capital acriana é furtado do seu tempo livre em no minimo 45 minutos para que possa se deslocar e aguardar o seu ônibus para ir para casa ou para o trabalho, em que este tempo pode até dobrar se levarmos em consideração o horário ou o itinerário que o passageiro for utilizar. Isso subjetivamente corresponde a  uma ato de desrespeito aos direitos fundamentais de todo ente de uma sociedade, pois se levarmos em consideração as condições precárias de trabalho que a maior parcela da população possui, o fato de não possuir o minimo (que seria se deslocar para o trabalho e para casa com dignidade e conforto) só aumenta mais todo o sofrimento e angustia do trabalhador rio branquense.

       Devemos deixar claro também (que é a discussão que mais me salta aos olhos) que no final das contas quem vai pagar o preço mais caro pela agressão proferida pela prefeitura de rio branco (com a permissão de ofender a norma culta e utilizar com letra minuscula uma capital do Brasil, pelas injurias que esta prefeitura está dirigindo a população)  juntamente com os sanguessugas em potenciais das empresas de ônibus, serão os trabalhadores mais necessitados economicamente e que mais dependem do transporte coletivo, pois a minoria da sociedade rio branquense se furta de sofre  com as condições que todos nos passamos dia a dia, se isolando em seus carros luxuosos, incluindo nessa minoria privilegiada o caríssimo prefeito, os donos das empresas de ônibus e o superintendente do Rbtrans.

       Encerra-se aqui a única forma civil encontrada por um professor da rede publica de ensino do estado do acre, que se encontra estéril diante de apenas um dos infinitos fatos que ocorrem em nossa capital e que a cada dia só me traz mais decepção de ser morador desta cidade, pois o Estado representado pelo município se utiliza da fragilidade e alienação do povo para agir de modo egoísta e irresponsável, e isso é porque estou sendo razoável em não levantar alguns questionamentos que poderiam ser considerados antiéticos e infundados.

       

*Victor Alab – Professor da Rede Publica de Ensino do Estado do Acre.

 

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