O tema do artigo dessa semana foi sugerido pelo meu colega Luiz Theodoro e como ele era o aniversariante do dia resolvi atender o pedido. Na verdade queremos mandar um recado aos deputados estaduais, que elegeram ontem a mesa diretora da casa e isso nos remete às famosas brigas pelo poder travadas nas nossas casas legislativas, em todos os âmbitos. Desde a escolha do presidente da casa por unanimidade à candidatura imposta por um deputado que teve apenas o seu próprio voto, o assunto circulou por todas as rodas, de todos os níveis econômicos e sociais e deverá ainda fazer parte dos comentários do povo por alguns dias ou até que surjam outros mais quentes. A vida segue.
Deputados que estão ali pela primeira vez ou os já experientes não se esqueçam: vocês foram eleitos para nos representar e precisam se comportar e agir para justificar cada voto recebido. A cada momento do dia, a cada documento assinado, projeto proposto, lei aprovada, devem lembrar da massa anônima que optou por seus nomes. A maioria por obrigação legal, é verdade, mas não com menos importância. É do dever de cada parlamentar cuidar da própria dignidade enquanto estiver em cumprimento do mandato. Olhar para os lados e se sentir vigiados para não deixar que as falhas individuais atrapalhem os interesses de toda a sociedade.
Quero lembrar que nós somos os patrões, sintam-se servidores da população do Acre e trabalhem para cumprir rigorosamente seus papéis. E além dele. Tentem não colocar somente os propósitos pessoais à frente da legislatura porque será visível. Todas as pessoas em cargo eletivo têm o dever de dar respostas aos questionamentos e necessidades das comunidades e temos muitos exemplos de como e quando isto não é feito. Não vou citar nomes, nem de casos positivos, nem de negativos. O eleitor, o cidadão, pode fazer um exercício de memória e fazer sua lista de quantos votos em vão foi obrigado a depositar nas urnas. Ou de quantos votos vingaram em ações benéficas ao povo.
O conforto da Assembléia Legislativa do Acre, a temperatura do ar-condicionado e a beleza do painel em marchetaria não pode se transformar em cortina que impeça os “nobres” deputados de descerem às ruas e ouvir quem tem que ser ouvido, de discutir assuntos de extrema urgência para milhares de pessoas. Não se deixem vender, não se deixem levar pela preguiça, pela procrastinação. Nada é mais importante nos próximos quatro anos que essas caras anônimas que lhes deram o poder pelo qual lutam agora. Mas é só por quatro anos.
Até lá façam o que deve ser feito. Legislem. Atuem. Sejam honestos – em pequenas e grandes atitudes. Não é fácil, eu sei, nós sabemos. Ninguém é perfeito mesmo e existem as margens de erro. Mas aí onde estão deputados vocês não erram sozinhos. Levam um Estado inteiro junto. Está dado o meu recado. Sei que talvez nenhum parlamentar leia, talvez leia e não dê importância, mas terá um momento em que, independente da crença religiosa ou filosófica, vocês ficarão a sós com suas consciências. Bom…aí o assunto será só entre vocês. Grande abraço.
* Golby Pullig é jornalista
Twitter: @golbypullig
