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Nascente, o verdadeiro tesouro da propriedade rural, rumo à escassez

CLAUDEMIR-MESQUITA---FA região da Amazônia sul ocidental é composta por significativas formas de relevo, entre elas, destacam-se as planícies suavemente onduladas que se inclinam para os fundos de vales, unindo-se as correntes dos rios. A elevação de terra, denominadas “morro de meia laranja”  é a forma de relevo que sobressai diante do sinuoso plano das planícies. É uma região que concentra sedimentos regidos pela corrente dos rios, enquanto processo natural.

 Os sedimentos em suspensão atuam no solo, como agentes fertilizadores das várzeas ribeirinhas, e age como esponja reguladora, ou seja, retendo ou liberando água conforme a escassezes ou abundância das chuvas. O encharcamento no solo propicia o surgimento de um grande número de pequenas nascentes que se espalham por todo terreno, as quais são conhecidas como nascentes difusas. Surgem principalmente nos brejos e matas localizadas nas partes baixas dos terrenos de várzea, notadamente, com a função de manter o volume de água nos rios.

Nascente é o termo utilizado para celebrar o nascimento das águas surgentes do interior da terra para a superfície. Esse fenômeno é também conhecido como olho d’água ou fonte. A casa da nascente é formada por uma camada de terra permeável, por onde a água da chuva entra no solo, e outra impermeável, formadora do lago subterrâneo. Quando ele enche até a superfície e a água escoa na terra para formar os igarapés, chama-se NASCENTE.  Os estudos mostram que as nascentes do rio Acre estão desaparecendo. Esse fenômeno vem ocorrendo não pela falta de chuvas, mas sim, pelo o corte raso da mata ciliar, a impermeabilização do solo, principalmente nas áreas urbanas e pelo uso inadequado do solo nas áreas rurais.

COMO O AGRICULTOR DEVE PROCEDER PARA PROTEGER A ÁGUA NA PROPRIEDADE RURAL.
Conservar os ambientes aquáticos protegidos;
Garantir a proteção dos mananciais dos agentes externos (erosão, assoreamento); 
Florestar a área de recarga das nascentes (área que vai da nascente até a alta terra);
Ao se dirigir a nascente ou a um curso d’água, vá por caminho sinuoso, imite as curvas do rio, dessa forma você não estimula a erosão;
Não basta água em quantidade, é preciso qualidade. É possível evitar a contaminação da água das nascentes, realizando práticas simples como;
– Não construir currais, chiqueiros, galinheiros e fossas sépticas nas proximidades acima das nascentes;
– Não desmatar no entorno das nascentes;
– Cercar as nascentes a uma distância mínima de 50 metros do olho d’água,
– impedir o pisoteio do gado na nascente, da água com o estrume;
– Utilizar adubos e agrotóxicos só quando necessário e em quantidade recomendada;
– Não usar adubos e agrotóxicos em áreas de várzea e próximas às nascentes e rios.

Claudemir Mesquita – professor especialista em planejamento e uso de bacias hidrográfica 

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