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Assim é a democracia

Alguém precisa avisar algumas instituições e alguns segmentos sociais que o processo eleitoral findou em outubro do ano passado. Os resultados das urnas foram proclamados. Os candidatos eleitos assumiram. Em que pesem algumas ações que ainda tramitam em instâncias judiciais, é hora de cuidar e de resolver os graves problemas que afligem a população, com a colaboração e o empenho de todos, de acordo com suas atribuições. Mesmo com suas limitações, assim é a democracia e como tal deve ser respeitada. Assim como a vontade do eleitor.
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Até pelos resultados que emergiram das urnas, apontando uma diferença exígua nas votações obtidas pelos candidatos majoritários, qualquer observador mais atento e sensato há de convir que o processo eleitoral transcorreu dentro da normalidade, sem abusos. A não ser um ou outro caso, como o flagrante de apreensão de caixas contendo dinheiro migrando de um estado para outro.

Pretender mudar os resultados, criando um clima de instabilidade jurídica e so-cial em nada contribui para o aprimoramento democrático. Só atrapalha a busca e o encaminhamento das soluções para problemas agudos que estão a exigir soluções ime-diatas, porque estão infligindo sofrimento à população.
Ontem mesmo, índios de diversas etnias, acampados em frente à sede da Funasa, fizeram mais uma manifestação, clamando por soluções de seus problemas de saúde. Como já se noticiou, os servidores do órgão estão trabalhando, praticamente, sitiados, em situações precárias. Estão inclusive com medo. Como também os vereadores, que realizam sessões naquele órgão.

Há mais de cem dias que os índios estão acampados no local. Chegaram a armar uma oca para se protegerem do sol, da chuva. Clamam, com razão, por soluções de seus problemas e, santo Deus!, ninguém, nenhuma instituição à qual estaria sujeito o impasse aparece para dar um encaminhamento honesto e eficaz à questão.

Como se sabe, pelas novas atribuições, a Funasa é um dos órgãos responsáveis pelas obras de saneamento básico nos estados e municípios. A falta e a precariedade dessas obras é que explicam, em grande parte, a epidemia de dengue e outras doenças que estão infligindo sofrimento à população. Até algumas mortes já foram registradas.

Ora, isso é grave, muito grave. A situação passou do limite e instituições como os Ministérios Públicos Estadual e Federal poderiam, sim, com suas atribuições de fiscalizar e sugerir soluções, colaborar para o fim desse impasse. Em tempo e a quem interessar possa: os jornais, esta GAZETA, estão fazendo a sua parte.

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