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Associação faz protesto contra o aumento da tarifa

A Associação dos Usuários de Transportes Públicos do Acre protocolou na manhã de  ontem (8) no Ministério Público Estadual (MPE) representação contra o aumento da tarifa do ônibus urbano na Capital. Em reunião com os vereadores à tarde, a entidade solicitou uma cadeira no Conselho Tarifário. O presidente da associação, Divino Mesquita, explica que a representação entregue à promotoria de Defesa do Consumidor, exige que o valor de R$ 2,65 sugerido pelas empresas de ônibus e de R$ 2,40, considerado válido pelo Rbtrans é inviável para o usuário do sistema.
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“O Acre vive uma situação atípica. O cidadão acreano não tem como custear tarifa acima de R$ 2. Queremos que a promotora ajuíze uma ação civil pública com antecipação de tutela para vetar o aumento”, avalia Divino Mesquita citando pesquisas como a do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que classifica o serviço oferecido em Rio Branco como péssimo e da Fundação Getúlio Vargas, cuja estatística elaborada para o setor indica que a Capital do Estado tem um ônibus para cada 1.290 habitantes quando a média nacional é de um veículo para cada 647 usuários.

Os representantes da associação argumentam ainda que não há critério técnico para o aumento da passagem de ônibus urbano e que insumos como o diesel, por exemplo, é citado na planilha como itens que encarecem a tarifa, sendo que as empresas não são consumidores diretos. “O preço pago pelo combustível é diferente do que é cobrado na bomba e usado na planilha. As peças também vêm direto dos fabricantes. Não é justo”, defende Mesquita. A associação lembra que para o aumento é preciso considerar não apenas insumos, mas também a qualidade da prestação do serviço que inclui conforto, segurança, conveniência, pontualidade, tarifa justa.

Durante manifestação organizada pela Central Única dos Trabalhadores e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) no Terminal Urbano a população aproveitou para conhecer melhor o debate. Desempregada, Priscila Nunes, diz que está achando absurda a possibilidade de um aumento. “Pra quem ganha um salário mínimo vai ser difícil andar de ônibus. É melhor deixar do jeito que está”, sugere a usuária que utiliza ônibus duas vezes por dia.

O churrasqueiro Clodomir Oliveira, entre trabalho e escola, chega a pegar quatro ônibus por dia. “Aumentar? De jeito nenhum. Nosso bolso não vai agüentar, é absurdo”. Na segunda-feira, o Conselho Tarifário do município de Rio Branco se reuniu no primeiro dos três encontros previstos para discutir o valor da passagem de ônibus.

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