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Extrativistas querem viabilizar mercado do carbono

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O Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) vai realizar, nos dias 24 e 25 deste mês, um encontro estadual para discutir políticas públicas para o setor extrativista. Na programação do evento um ponto se destaca: os extrativistas acreanos querem tornar viável o mercado de carbono, a exemplo do que já ocorre no vizinho Estado de Rondônia.


“Em 1985, quando esse debate sequer existia, o Conselho já defendia a floresta em pé”, disse o presidente da entidade, José Maria Barbosa. Em outubro do ano passado, o governo do Estado, apoiado por representantes de ONGs e  instituições representativas da área de conservação e de produção rural, apresentou aos deputados o projeto de lei de criação do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais do Acre (ISA/AC). “Isso consolida a valorização da floresta e ainda gera renda. O CNS vai ‘puxar’ esse debate e lutar pela implantação dessa alternativa econômica”, prometeu Barbosa.


Criado em meados dos anos 80, o CNS foi a ONG pioneira em lutar pela criação das reservas extrativistas. A entidade se tornou uma referência nacional e internacional na liderança da luta das populações extrativistas da Amazônia. “Vamos continuar trabalhando pela expansão das áreas protegidas de uso coletivo”, disse José Maria Barbosa, afirmando que o encontro vai promover a articulação para que os extrativistas tenham acesso às políticas públicas.


O crédito de carbono, de acordo as resoluções do Protocolo de Kioto, é uma espécie de certificado que é emitido quando há diminuição de emissão de gases que provocam o efeito estufa e o aquecimento global em nosso planeta. Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 (dióxido de carbono) que deixou de ser produzido. Aos outros gases reduzidos são emitidos créditos, utilizando-se uma tabela de carbono equivalente.


Empresas que conseguem diminuir a emissão de gases poluentes obtêm esses créditos, podendo vendê-los nos mercados financeiros nacionais e internacionais. Os créditos de carbono são considerados commodities (mercadorias negociadas com preços estabelecidos pelo mercado internacional). Eles geralmente são comprados por empresas que não conseguem reduzir a emissão dos gases poluentes, permitindo-lhes manter ou aumentar a emissão.

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