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Governo investe no mercado do milho, da melancia e da piscicultura

A safra do milho começa a ser colhida no Acre e os números são promissores. Na Fazenda Mariana, na BR-364, a maior produtora do grão no Estado, serão colhidas seis toneladas por hectare, bem acima da média de quatro toneladas atingida normalmente. A aplicação de pesquisas para selecionar as melhores sementes para região e a chuva que caiu na hora certa para o plantio resultaram numa safra que vai colher 120 sacos por hectare.
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A Embrapa foi consultada para chegar a uma variedade de milho adequada para a região. “Mas a melhor pesquisa é aquela ano a ano, testando sementes e vendo qual a melhor adaptada ao este solo. Plantamos hoje a va-riedade 40-60 da Agroceres. A produção de grãos no Acre é totalmente viável, principalmente com a expansão do mercado mundial, que é globalizado e dita o preço dos commodities”, disse o produtor Raiolando Costa.

No Acre seriam necessários pelo menos vinte mil hectares plantados com milho para atender a demanda interna. A Fazenda Mariana garante sete mil hectares por safra, mas os pequenos produtores também têm vez. Só em Plácido de Castro 194 agricultores se dedicam ao cultivo do grão. Costa produz 1,5 mil toneladas por ano. Em sua propriedade são plantadas 300 hectares de milho e 70 de soja para oxigenar o solo. Toda a produção de soja e parte da de milho são vendidas para o mercado de Rondônia.

“A cultura do milho é uma que a gente domina, sabe quais as melhores variedades, melhor época para plantar. Não há duvida de que é possível intesificar para chegar a milhares de hectares plantados. Nossa meta é chegarmos ao fim do ano com 10 mil hectares plantados através da mecanização”, explicou o secretário de Agropecuária, Mauro Ribeiro.

Através da intermediação do governo pela assistência técnica prestada aos produtores, o crédito do Mais Alimentos, uma linha de financiamento com juros diferenciados, permitiu a compra de mais de 200 tratores por pequenos produtores. “A capacidade de colheita e armazenagem, cuja qualidade se assemelha à de Mato Grosso e que o governo tem investido e se compromete a ampliar também, é um fator favorável à cultura do milho no Acre”, destaca Ribeiro.
A demanda interna por milho é crescente no Estado, incentivada pela política de governo voltada para o setor produtivo. De 2006 para cá foi entregue à agricultura familiar um milhão de pintos caipiras, que cresceram, se reproduziram e se alimentam de milho. O milho é utilizado como insumo em rações para diversos animais. Uma granja na região da BR-317 está se instalando, com obras em fase avançada. A demanda vai crescer ainda mais. (Agência Acre)

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Melancia do Acre nos mercados de Rondônia
Antes a banana era um dos poucos produtos da agricultura familiar que encontrava o caminho da exportação para outros estados. Agora a melancia acreana ganhou o mercado de Rondônia e uma única empresa compra, por semana, 30 toneladas da fruta. O fornecedor é o produtor rural José Petelin, que arrendou uma área na Estrada de Boca do Acre  (AM) para plantar 30 hectares de melancias, onde a metade do que é produzido é vendida para Rondônia.

Solange da Silva percorre 800 quilômetros entre Ariquemes (RO) e a capital acreana para comprar as melancias produzidas por Petelin. “São maiores que as de Rondônia e mais docinhas. A gente vem buscar aqui porque elas realmente têm qualidade”.

O Governo do Estado garante ao produtor familiar assistência técnica necessária. “Para mim o governo é tudo. É o trator que eu preciso, é um técnico pra me ajudar a seguir o rumo certo”, disse o produtor.

Para o secretário de Produção Familiar, Lourival Marques, o Acre vive uma nova era no setor produtivo. “Isso mostra o quanto a produção é importante e o quanto o Governo do Estado tem apoiado a produção familiar”.

Petelin veio para o Acre na esperança de plantar amen-doim. “Mas eu não encontrei aqui a tecnologia necessária para isso. Aí fui investindo em outras culturas. Eu nunca imaginei que encontraria uma terra tão boa e uma acolhida como essa aqui do Acre”, disse. A cada hectare Petelin colhe 30 toneladas da fruta.

Tião Viana reconheceu e agradeceu a iniciativa do proprietário da fazenda, Miguel Fernandes, que cedeu a terra para o produtor cultivar sem custo nenhum. “É um exemplo de estímulo e de generosidade com os pequenos produtores. A base da infra-estrutura está pronta e agora é acelerar a produção agrícola para desenvolver o nosso Estado”, disse o governador.  (Agência Acre)

Piscicultor financia R$ 18 milhões para criar projeto mais moderno da Amazônia
Na Fazenda Três Meninas o gado ainda tem espaço, mas a bola da vez é uma espécie bem menor, o peixe. A piscicultura é a aposta que promete alta lucratividade, sustentabilidade ambiental e um mercado a perder de vista. No último sábado o produtor Miguel Fernandes assinou a primeira etapa de um financiamento ousado com o Banco da Amazônia: R$ 18 milhões para investir em tanques, tecnologia e uma unidade beneficiadora dentro da propriedade.

O peixe, além de mais lucrativo, explica Fernando Fernandes, da Fazenda Três Meninas, gira mais rápido. Enquanto o boi demora até três anos para atingir o ponto de abate, o peixe leva oito meses para dar resultados. A estimativa é que a cada ciclo sejam retiradas duas mil toneladas de peixe, dando um total, calculado com base apenas no mercado interno, de R$ 10 milhões. Numa venda para o exterior, onde o quilo do tambaqui chega a 25 dólares, esse valor triplicaria. O lucro líquido é pelo menos 40% deste total.

O peixe da Amazônia, considerado produto gourmet nos Estados Unidos e muito bem cotado em mercados da Europa e Ásia, está se mostrando uma indústria rentável no Acre. E a piscicultura tem todo o apoio do Governo do Estado.

No projeto da Fazenda Três Meninas aprovado pelo FNO serão financiados ao todo 220 hectares de lâmina d’água, com contrapartida do proprietário, e um frigorífico. Os peixes produzidos a partir do laboratório de alevinagem instalado na fazenda, serão criados e engordados nos tanques com tecnologia de ponta e beneficiados na propriedade. Sairão de lá prontinhos para preencher as gôndolas dos supermercados e embarcar nos conteiners que sairão dos portos do Pacífico para os mercados da Europa, China e Estados Unidos, onde um quilo de peixe amazônico custa até 18 euros. Este é o projeto mais moderno de piscicultura da Amazônia. (Agência Acre)

 

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